Serviço de limpeza e higiene redobrado com covid-19, mas atraso no pagamento por clientes dificulta empresa
Em entrevista ao Asemanaonline, aquele gestor lembrou que Setelima já tem 30 anos a atuar no mercado cabo-verdiano. Revelou que, neste momento, devido a situação em que o país e o mundo atravessam com a crise provocada pela pandemia de covid-19 e agravada com a recente guerra da Ucrânia, a maior parte das empresas que presta serviços não liquida as suas faturas. Por causa disso, Admir Timas informou que a Setelima teve uma redução drástica na facturação, tendo gasto todo o seu fundo porque não aderiu ao regime de lay-off decretado pelo governo.
Diante de tudo isto, Admir revelou que está sendo muito difícil e "apertado" para a empresa pagar o fisco, principalmente o IVA que tem de ser liquidado sem que as faturas estejam pagas pelos clientes. Lembrou que se houver atraso nisso, a firma pode ser penalizada com coimas, entre outras multas.
" Na parte de limpeza ainda conseguimos algum conforto, mas na área da segurança está mais complicada. É que a cada dia que passa está a ficar mais difícil para a empresa suportar todos os custos, porque não temos a entrada de receitas e estamos apenas a tirar verbas", desabafou.
Para minimizar essa situação, a gerência de Setelima apela aos clientes no sentido de pagarem as faturas atrasadas para que ela possa, por seu lado, honorar os compromissos com os trabalhadores. « Se as coisas continuarem no ritmo como está, brevemente teremos uma rotura, com consequências graves para a vida da empresa», alertou.
A Setelima destacou, no entanto, um fato positivo. Revelou que, devido a pandemia da covid-19, teve trabalho duplicado, porque, tratando-se de uma empresa de higiene, segurança e indústria, foi obrigada a desdobrar-se para poder dar vazão às demandas do mercado.
"Na área em que trabalhamos, que é a prestação do serviço, não paramos. A parte da empresa ligada à limpeza e higiene teve o seu trabalho redobrado para cobrir as demandas do mercado. Na parte da segurança, também tivemos mais trabalhos devido ao fechamento dos hotéis, reforçando assim a segurança dos mesmos. A nível da indústria, houve igualmente a necessidade de maior fornecimento de produtos de higiene", referiu.
A Setelima conta, neste momento, com aproximadamente 1000 empregados, que atuam em quase todas as ilhas de Cabo Verde. A mesma está a investir na formação do pessoal não só na área de limpeza como também a nível de segurança. Tudo com o objetivo de reforçar a sua posição no mercado cabo-verdiano, conforme conta o gerente da área de limpeza, Adilson Timas.
Conforme os dois gerentes, a Setelima não quer avançar com nenhum projeto neste momento da crise da covid-19, agravada com a guerra da Ucrânia. Mas porque trabalha também ligado ao turismo, a gerência anunciou que tem na forja um projeto, que será divulgado quando ela tiver confiança na estabilidade da economia cabo-verdiana.