Ilha cabo-verdiana da Boa Vista pede proteção para o emblemático deserto de Viana

É necessária uma política de proteção do espaço”, começou por afirmar o autarca Cláudio Mendonça, sobre o deserto de Viana, considerado uma extensão do Saara no oceano Atlântico e que anualmente atrai milhares de turistas ao local, onde se passeiam pelas dunas de 50 metros de altura e a perder de vista a pé, a cavalo ou de moto-quatro.

Cláudio Mendonça defendeu que é necessária uma “ocupação de forma regrada” daquela área, um corredor de vários quilómetros formado por grãos pretos da rocha vulcânica misturada com alguma vegetação rasteira e, sobretudo, a areia clara transportada ao longo de milhares de anos pelo vento, a partir do continente africano.

Aquele deserto foi eleito em 2013 uma das sete maravilhas de Cabo Verde, e Cláudio Mendonça não descarta a possibilidade de o ver a concorrer a património da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciências e a Cultura (UNESCO), a pensar na sua preservação.

“Temos tentativas de pessoas de se apropriarem do espaço, de tirarem areia, aquelas motos-quatro que desconfiguram toda a orografia [das dunas]. A questão mesmo da proteção do espaço”, disse.

Dada a extensão, o deserto de Viana é propício a passeios e o presidente da Câmara da Boa Vista, a segunda ilha mais turística de Cabo Verde, também admitiu que é preciso “criar condições de lazer” e para “algumas atividades desportivas”.

“Um espaço de visita e de lazer, também de desporto, mais regulamentado”, avisou, garantindo que a preservação que defende visa também tirar “maior proveito” do único deserto de Cabo Verde.

Cabo Verde recebeu em 2019 um recorde de 819.308 turistas, quase 30% na Boa Vista, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística cabo-verdiano, mas a procura global caiu cerca de 70% em 2020, devido à pandemia de covid-19.

Nas 24 unidades hoteleiras na Boa Vista a oferta no final de 2019 ascendia a 6.395 camas. A Semana com Lusa

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