Selecção regressa da Serra Leoa confiante e galvanizada para novos desafios
A selecção cabo-verdiana de boxe regressou hoje ao país com quatro medalhas de ouro, uma prata e duas bronze e a distinção de melhor árbitro, conquistadas no Campeonato d’Africa da Zona II, Serra Leoa, galvanizada para novos desafios.
À chegada a capital cabo-verdiana, o presidente da Federação Cabo-verdiana de Boxe, Manuel Monteiro, assim como o seleccionador, Adilson Varela, e todos os atletas enalteceram a recepção, seguida de um cortejo de automóvel a que a comitiva foi “surpreendida” desde o aeroporto até a Achada de Santo António.
O líder federativo manifestou o sentimento de “muita alegria”, afirmando que “inicialmente a comitiva viajou para Freetown com alguma apreensão, já que a selecção foi integrada por alguns jovens que participam pela primeira vez numa competição internacional, ainda que tivesse na comitiva outros mais rodados”.
“Os atletas surpreenderam toda a gente. Não só pela conquista de medalhas, mas sobretudo pela qualidade de boxe que apresentaram na competição. Pela conversa tida com especialistas da Serra Leoa e mesmo do Senegal, ficou registado que o nível do nosso boxe foi altamente superior ao de outros países”, referiu Manuel Monteiro, convicto que o desafio agora torna-se maior.
Afirmou que Cabo Verde fez algo anormal nesta competição regional, isto é, “trazer igual número de medalhas do que atletas”, convicto, entretanto, que a comitiva crioula poderia regressar com todas as medalhas conquistadas, em ouro.
“Agora a barra está mais em cima. O desafio é maior”, referiu Manuel Monteiro, acrescentando que resta ao país, a federação, as instituições do Estado e privados, prepararem-se para mais este objectivo.
Fez saber, contudo, que sonha trabalhar para que “um dia a federação deixe de trabalhar na dependência total do Estado”, revelando que Senegal foi para a prova com apenas 50 por cento dos meios suportados pelo Estado.
Já o seleccionador nacional da modalidade, Adilson Varela, disse que esta proeza alcançada na Serra Leoa não foi grande surpresa para ele, alegando que são atletas com quem tem trabalhado aproximadamente há 10 anos, razão pela qual, sempre esteve confiante nos convocados, “imunes a críticas”.
Reconhece que o país tem mais atletas, mas que constituiu uma equipa formada apenas por pugilistas residentes, de forma a ir ao encontro da verba disponibilizada, mas que pela experiência acumulada a nível internacional já tinha, à partida, garantia de qualidade.
Adilson Varela considerou que Cabo Verde tem atletas de nível tanto no país como na diáspora, mas foi claro em afirmar que atletas da diáspora também terão de mostrar qualidade para integrarem a equipa nacional, o que, sentenciou, só terá resultados depois de um estágio conjunto.
Daí revelou para o próximo compromisso, um torneio internacional na Gâmbia, ninguém tem lugar cativo, alegando que tudo passa pelo nível de treinamento e do trabalho nos próximos tempos.
Cabo Verde terminou na sexta-feira, a sua prestação no Campeonato d’África da Zona II com quatro medalhas de ouro conquistadas por Sifonelo Borges Lopes (86 kg), Admilson Carvalho (63,5), Elisandro Silva (57) Lenick Fernandes (52), uma de prata arrecadada por Márcio Fernandes nos 60 Kg, e duas de bronze alcançadas por Davilson Morais nos 96 Kg e Hernany Gomes (67).
Adilson Gomes, o único juiz cabo-verdiano nesta comitiva, foi distinguido como o Melhor Árbitro do torneio.
Cabo Verde participou nesta prova com uma comitiva constituída por 10 elementos, dos quais sete atletas, um seleccionador e um árbitro, sendo que a caravana foi liderada pelo presidente da Federação Cabo-verdiana de Boxe, Manuel Monteiro.