PR advoga “um novo modelo e um novo paradigma” para sector da Educação - Santo Antão

O Presidente da República sugeriu “um novo modelo e um novo paradigma” para o sector da educação em Cabo Verde, capazes de aproveitar as tecnologias informacionais para levar o ensino superior a todas as ilhas.

Para José Maria Neves, que falava num encontro com as forças vivas no município do Porto Novo, não se pode ter universidades em todas as ilhas, já que  “uma universidade não é um jardim infantil”, porquanto exige investimentos em equipamentos, na investigação e na formação de professores.

O chefe de Estado, que foi confrontado com a preocupação dos santantonenses sobre a criação de um pólo universitário em Santo Antão, admitiu que houve “um extraordinário avanço” no domínio da educação em Cabo Verde, que dispõe, neste momento, de mais de 50 liceus.

Disse, porém, que o actual modelo do ensino não se adequa a um País com menos de 500 mil habitantes, mesmo sendo um arquipélago com nove ilhas habitadas e a diáspora.

Com menos de 500 mil habitantes, Cabo Verde, continuou, podia ter uma universidade com todas as possibilidades de funcionamento, com recurso às novas tecnologias informacionais para aproveitar todas as capacidades existentes no País e na diáspora.

Podia-se, através da telescola, levar a universidade a todas as ilhas e à diáspora, no entender de José Maria Neves, para quem não há necessidade de construir infra-estruturas físicas em todas as ilhas.

“Hoje, as infra-estruturas podem estar na Brava, no Maio, em Santo Antão ou em São Vicente, o importante é aproveitar as tecnologias informacionais para levar a universidade a todos os cantos de Cabo Verde”, sublinhou.

Para o Presidente da República, Cabo Verde precisa “desenvolver rapidamente este novo paradigma” e aproveitar essas capacidades e competências e pô-las ao serviço da educação, garantindo, assim, “uma maior inserção das ilhas e o desenvolvimento muito mais equilibrado do País”. 

José Maria Neves defendeu, por outro, a criação de liceus técnicos em Cabo Verde que possam possibilitar “saídas profissionais” aos alunos em cada ciclo, ou seja, quando os estudantes terminam um determinado ciclo devem ter uma saída profissional correspondente a esse ciclo, para entrar no mercado de trabalho, explicou.

“Se quiser, pode entrar no mercado de trabalho. Se não, pode continuar até à universidade”, notou.

O Governo criou, no âmbito da Universidade Técnica do Atlântico (UTA), o Instituto Superior das Ciências e Tecnologias Agrárias de Santo Antão, cuja instalação tem vindo a ser adiada nos últimos anos.

JM/AA

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