Perda da população é uma questão dramática, alerta o autarca

Esta preocupação foi manifestada pelo edil do Porto Novo, Aníbal Fonseca, durante um encontro com o presidente do conselho de administração da Zona Económica Especial Marítima em São Vicente (ZEEMSV), Júlio Almeida, que está de visita a Santo Antão para contactos com as câmaras municipais.

Este autarca, que preside à Associação dos Municípios de Santo Antão, avisou que a perda da população, sobretudo da camada jovem, é “uma questão dramática” que se coloca, neste momento, a Santo Antão e que “muito tem preocupado os autarcas”.

Aníbal Fonseca defendeu “um olhar muito claro e coerente do Governo, no sentido de traçar políticas que marquem uma viragem neste cenário, que revela ser preocupante a cada dia que passa”.

Dados constantes do Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável (PEDS) de Cabo Verde mostram que, em 1940, Santo Antão tinha 35 mil habitantes, podendo, em 2030, dispor apenas de 33 mil pessoas, caso se mantenha o actual ritmo de despovoamento.

Os presidentes das câmaras municipais de Santo Antão, em diversos fóruns, alertaram para o facto de que a perda de população representa “uma séria ameaça” ao futuro de Santo Antão, que dispõe, actualmente, de “indicadores que não estão em sintonia com os indicadores nacionais”.

A construção do aeroporto e a segunda fase do porto do Porto Novo são alguns investimentos que podem reverter esse quadro, segundo os operadores económicos, que pediram ao Presidente da República, na sua recente visita a Santo Antão, para exercer a sua “magistratura de influência” junto do Governo com vista à concretização destes investimentos.

O presidente do conselho de administração da ZEEMSV está em Santo Antão para encontros com os autarcas, tendo em conta “a necessidade de estabelecer uma maior articulação e delinear os passos” com vista a um desenvolvimento Integrado” da região norte do País.

A ZEEMSV propõe um “desenvolvimento Integrado de São Vicente, Santo Antão, São Nicolau e Santa Luzia” e “ambiciona transformar Cabo Verde numa plataforma marítima e logística internacional, incluindo, entre outras áreas, o desenvolvimento de portos, pescas, reparação e construção naval, turismo e indústria e energia azul”. A Semana com Inforpress

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