Operadores económicos “baralhados” com sistema de facturação electrónica - Ilha do Sal

Os operadores económicos manifestaram esse sentimento, hoje, depois da sessão de esclarecimentos sobre a factura electrónica, que teve lugar esta tarde no Salão Nobre dos Paços do Concelho, que se encheu de gente para se inteirar do sistema.

José Luís Veloso, gerente de um minimercado da praça, confessou em declarações à Inforpress que tanto ele como outros comerciantes não compreenderam de “todo” a forma de adesão, utilização, vantagem e benefícios desse sistema de factura electrónica, acreditando, porém, que com o tempo as coisas podem entrar nos eixos.

“Não conseguimos, francamente não consegui compreender e vai levar muito tempo para a gente chegar lá. Talvez alguém ligado à informática, à contabilidade poderá ter compreendido um bocadinho”, confessou.

Aplaudindo o progresso neste aspecto, um outro operador que preferiu não se identificar disse, entretanto, que não consegue ver vantagens nem benefícios para contribuintes a não ser para o “Estado”, já que vão “controlar tudo”.

“Coloquei uma série de questões, cujas respostas me deixaram baralhado, porque não consegui acompanhar o raciocínio com vista à solução do problema a que coloquei. Sendo uma medida irreversível, vamos ter que viver com isso, mas que é muito complicado, é”, exteriorizou.

Já António Cândido, da área comercial, sai mais animado da sessão, embora compreenda também que o sistema é um tanto ou quanto complexo, quer crer que vai trazer alguma vantagem e benefício para ambas as partes.

“Atendendo ao que acabaram de aqui explicar, acredito que a implementação desse sistema é algo que vai trazer benefícios para toda a gente. Inicialmente, por o que pude aperceber vai-nos dar um pouco de dor de cabeça, mas tudo o que é novo é assim mesmo”, comentou.

No entanto, disse não ter apreendido bem à parte que diz respeito ao negócio informal, onde os comerciantes organizados é que deverão sensibilizar o fornecedor com negócio informal, a formalizar o seu comércio para assim evitar problemas e constrangimentos no sistema de facturação electrónica, nos com contabilidade organizada.

“Parece que estão a passar essa tarefa a nós com negócio formal, e julgo não ser da nossa competência… isso é complicado. Esperamos que na prática e com o tempo as coisas venham a ser diferentes”, desejou António Cândido.

O membro da equipa da factura electrónica Daniel Silva explicou que o propósito da implementação desse sistema é fazer com que todos os contribuintes façam a emissão da factura electrónica em tempo real e a Direcção Nacional das Receitas do Estado (DNRE) poder ter um controlo de toda a facturação feita pelas empresas, a nível nacional.

“Vai ser uma adesão faseada, neste momento, desde Janeiro deste ano, os contribuintes médios são obrigados à facturação electrónica, e a partir de Junho de 2022 os contribuintes do Regime Especial das Micro e Pequenas Empresas (REMPE), categoria B e actos isolados”, aclarou. A Semana com Inforpress

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