Enfermeiros clamam por maior respeito e dignidade da classe – chefe de enfermeiros
Cláudia Silva falava em declarações à Inforpress, por ocasião do Dia Internacional da Enfermagem que hoje se assinala, sob o lema “Investimento na enfermagem e respeito aos seus direitos para garantir a saúde global”.
Segundo a enfermeira-chefe, a crise sanitária provocada pela pandemia da covid-19 veio despertar na classe a importância, cada vez mais, do seu papel na sociedade, e como lidar com situações adversas e imprevisíveis.
“O despoletar da pandemia foi um momento de muita exaustão, medo… mas que ajudou os profissionais da saúde a habilitarem-se, a capacitarem-se, e a saber lidar com situações nunca imagináveis, imprevisíveis. Agora a situação está mais suave, e aprendemos muito”, contou.
Cláudia Andrade lamenta, entretanto, o facto de muitos enfermeiros recrutados para ajudar, dar resposta às demandas da covid-19, terem sido conotados como “enfermeiros da covid”.
“Os enfermeiros que foram contratados no âmbito da covid-19, sendo chamados de enfermeiros da covid, sentem-se melindrados com essa conotação, compreendendo que são enfermeiros iguais aos outros, e não apenas de assistência à covid-19, pelo que pedem melhor sensatez e respeito”, desabafou a chefe dos enfermeiros da Delegacia da Saúde no Sal.
Este ano sob o lema “Uma voz para Liderar, investimento na enfermagem e respeito aos seus direitos para garantir a saúde do planeta”, Cláudia Andrade diz que há de se “valorizar a transformação e importância dos profissionais de Enfermagem, particularmente nos últimos anos”.
“Seja na promoção, prevenção, tratamento e reabilitação. Reflectir-se a forma como os profissionais de enfermagem actuaram, dedicaram de forma exaustiva ao longo da pandemia de covid 19”, comentou.
“Trabalharam na linha de frente, expostos ao vírus, e incansáveis, enfrentaram jornadas exaustivas de trabalho, permaneceram dias e mais dias longe das suas famílias, seus lares, enfrentaram ataques públicos e continuam a ser desvalorizados”, desabafou.
Parafraseando Florence Nightingale, Cláudia Andrade cita que a enfermagem é uma arte, e para realizá-la como arte, requer uma devoção “tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer pintor ou escultor”.
“Pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes; poder-se- ia dizer, a mais bela das artes”, ilustrou.
Considerando que a enfermagem é uma “profissão louvável”, Cláudia Andrade compreende que as pessoas que escolheram essa área devem dedicar-se à profissão “com amor” já que a lidar com vidas humanas, onde uma palavra de conforto e carinho, conforme calcula, ajuda a superar a moléstia.
“Cuidar do próximo, numa entrega incondicional, é uma missão que reforça o profissionalismo e engrandece o lado humano”, enfatizou.
O Dia 12 de Maio comemora-se mundialmente o Dia da Enfermagem e o Dia do Enfermeiro, em homenagem a Florence Nightingale, marco da enfermagem moderna no mundo e que nasceu em 12 de maio de 1820.
A Semana com Inforpress