PAICV considera situação da lixeira municipal um “autêntico atentado” contra o ambiente - Maio
Em declarações à Inforpress, Jovino Gomes começou por dizer que a situação “é inadmissível”, principalmente numa ilha que ostenta o título de reserva mundial da Biosfera da Unesco e que isso está a colocar em perigo todo o ecossistema da ilha.
O eleito municipal destacou, a este propósito, a parte marinha da ilha, uma vez que os resíduos sólidos são transportados pelo vento e quando chove, a maioria acaba por parar no mar.
Além disso, acrescentou que a forma como a câmara tem vindo a acantonar os resíduos sólidos acaba por também afectar os lençóis freáticos da ilha.
Por isso, Jovino Gomes defendeu a criação “urgente” de uma outra estratégica para o tratamento do lixo, cuja recolha e transporte, segundo ele, nos últimos tempos, têm sido feitos através de viaturas de caixa aberta.
O líder da bancada da oposição fez saber ainda que são esses mesmos carros, pertencentes a particulares, que fazem transportes de mercadorias, do e para o porto, pelo que considerou ser isso também um risco para a saúde pública.
“Todo o lixo que é produzido na ilha é colocado numa achada, e qualquer vento que se faça, leva praticamente tudo para a estrada e costa abaixo. Basta ir ao Turil para se constatar isso”, frisou, lembrando que há muito tempo que a edilidade vem prometendo construir um aterro controlado de lixo.
Jovino Gomes argumentou ainda que toda essa situação “é inadmissível”, numa ilha que passa a ostentar o título da reserva mundial da Biosfera da Unesco, apesar de existirem vários espaços, onde se pode fazer o enterro ou a colocação de resíduos sólidos de forma mais segura.
Lembrou que no rolo dos investimentos que a edilidade tinha feito constava também a aquisição de camiões de recolha de lixo e centenas de contentores, mas isso conforme disse, foi apenas para “o boio ver”, por isso aproveitou a ocasião para perguntar para quando vai se resolver este problema numa ilha que também almeja desenvolver o sector do turismo.
Questionado se ainda acredita na implementação do projecto ‘Little Africa Maio’ o político considerou que isso foi apenas um instrumento de campanha utilizado pelo MpD (poder) durante a campanha eleitoral para ganhar as eleições, tanto na ilha do Maio como em todo Cabo Verde, mas que agora já ninguém se lembra disso.
A construção e conclusão dos dois campos relvados também na sua opinião vão na mesma direcção, lembrando que essa promessa vem desde 2016, e mostrou-se pouco crente que isso venha ser uma realidade no próximo mês de Setembro.
O desporto na ilha, segundo o líder da bancada municipal do PAICV, “não está de boa saúde”, porque a Câmara Municipal do Maio “não tem investido e nem reparado as infra-estruturas desportivas existentes na ilha.
Questionada sobre esta situação no término da sua visita ao seu círculo eleitoral, a deputada nacional do MpD, Antonita Vieira, disse que recebeu a garantia do edil maiense de que os trabalhos já recomeçaram pelo que pretendem entregar estas duas infra-estruturas aos moradores das duas vilas no próximo mês de Setembro. A Semana com Inforpress