Residentes denunciam barulho das motos e pedem intervenção urgente das autoridades
Praia se tornou numa cidade perdida e sem lei aparentemente, devido ao barulho das motos e outras viaturas que transformam a vida dos moradores "num inferno". É assim o desabafo de um grupo de moradores da cidade capital que procurou o Asemanaonline para manifestar o seu descontentamento com a atuação ou falta de atuação das autoridades, estranhando o comportamento desses indivíduos que não se importam com o direito à tranquilidade dos residentes de Capital e arredores.
Para quem vive na Praia, é fato consumado a passagem de motos ou carros, em qualquer hora do dia e principalmente até às altas horas da noite, provocando barulho, alguns supostamente com escape adulterado, que fazem perder o sono aos moradores. Uma situação que obriga aos mais afetados a elevarem o som da televisão para não perderem parcelas de notícia ou da emissão por ocasião da passagem das motos, ou para dormirem, colocando tampões nos ouvidos.
Segundo os denunciantes, se de um lado, deve ser uma dúzia de indivíduos que não se importam com a tranquilidade dos outros e provocam incómodo aos residentes, de um outro, é de se perguntar se há autoridades nesse país - sejam elas centrais ou municipais. «O fato é que não há ninguém a tomar medidas para pôr cobro à esta situação que vai piorando dia-após-dia», alertam.
Para as mesmas fontes, existe uma lei contra a poluição sonora e que poderá ser a base da atuação das autoridades. «Mas como sabemos, em Cabo Verde gostamos de leis, criamos lei para quase tudo, mas aplicar, fazer respeitar e fiscalizar a sua execução é outra coisa. O laxismo na fiscalização por parte das autoridades é tal que a alguns elementos do grupo questionam se vale a pena continuar de pagar os impostos», lê-se no texto de denúncia remetido a este jornal.
Este movimento contra o barulho alerta que o caso da delinquência foi tratado dessa forma, não se tem atuado em tempo, quando apareceu o fenómeno, e agora deu no que deu. «Vivemos trancados nas casas com medo de ser atacados nas ruas. Perdemos assim várias batalhas e vivemos hoje numa sociedade perigosa, com um alto nível de delinquência e criminalidade com uma cidade onde muitas gentes não saiam às ruas, mesmo em tempo de calor, com medo de ser agredidos», fundamenta o grupo.
Este diz não saber se, entre as autoridades centrais ou as municipais, quem tem a obrigação de fazer aplicar as leis e oferecer aos praienses um ambiente pelo menos com mais sossego, são e com menos agressões.
«Um elemento do grupo fez observar que durante o Fórum ‘Pensar São Vicente’ realizado em Janeiro último, um diplomata estrangeiro presente tinha chamado a atenção das autoridades sobre o barulho das motos e outras viaturas que se faz sentir na cidade da Praia, confirmando o mal-estar dos praienses que estão muito incomodados com o barulho dessas máquinas. A intenção do diplomata era de mostrar que deve-se fazer esforços para criar um clima de negócio», argumenta o grupo, para quem esperava-se assim uma mobilização das autoridades (centrais e/ou municipais) para a adoção de medidas e intervenção contra esse flagelo que tira a tranquilidade dos residentes da cidade.
«Mas nada foi feito e cada dia a situação vai piorando. Infelizmente a crise não permite atualmente mudar de residência, mas se esta não é a única solução, além de recusar de pagar os impostos, é de se mudar para outras paragens, esperando que lá não aparece essa nova praga reinante na capital cabo-verdiana», contestam as fontes deste jornal, esperando que o Governo e a Câmara Municipal tomam medidas duras e urgentes para responsabilizar criminalmente os provocadores desses barulhos de motos na Capital cabo-verdiana. Fotos: Arquivo do jornal/Página da PN