Agricultura com boa base produtiva e entrepostos comerciais em montagem

“De uma forma geral, a percepção que existe é de que a atividade agrícola neste concelho continua estável. Quase toda a gente no Porto Novo está ligada, directa ou indirectamente, à agricultura. Os sistemas de produção funcionam normalmente”, afiança Joel Barros.

Este responsável ressalta o facto de que Porto Novo, mesmo sendo um concelho árido e que é vítima de cinco anos de seca consecutivos, permanece como o principal produtor de horticultura de Santo Antão, graças às medidas de inovação agrícola, que permitiram a redução dos custos de produção e a poupança de água.
Este município, segundo o delegado, foi o primeiro concelho de Santo Antão onde se conseguiu a 100% equipar todos os sistemas de produção de água para rega com energia solar, investimento que contribui para a redução à volta de 70% dos custos da sua produção.

Também, apesar da seca, os agricultores porto-novenses continuam a produzir de uma forma estável, diz Barros. “Temos uma boa base produtiva. Porto Novo continua sendo o maior produtor de produtos hortícolas em Santo Antão”, sublinha Joel Barros, que enaltece os ganhos já conseguidos na massificação de rega gota a gota neste concelho, com uma taxa de penetração na ordem dos 70%.

Barros aponta, porém, alguns desafios que se colocam ao sector. Desde logo, o desafio da organização, embora haja sinais de que os produtores estão a se organizar para conquistar o mercado. Há também o desafio da comercialização. Neste aspecto Joel Barros defende que é necessário que se continue a produzir com qualidade e a apostar na organização para que se possa chegar aos mercados mais competitivos.

O vale da Ribeira da Cruz tem sido exemplo neste aspecto. Por iniciativa da associação local dos agricultores foi instalado, em parceria com o Governo e outras instituições, um entreposto agrícola. Um segundo entreposto está a ser montado no Tarrafal de Monte Trigo pelo Ministério da Agricultura e Ambiente e um terceiro pode nascer em Alto Mira.

Tudo com o objectivo de criar condições para que os produtos agrícolas “made in” Porto Novo sejam exportados com segurança e qualidade.

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