Presidente da CMP diz que Governo abandonou o programa PRRA na Praia

Segundo ele, o executivo de Ulisses Correia e Silva “desistiu do PRRA” no município da Praia.

As obras que herdamos no município da Praia e estão paradas foram iniciadas no quadro do PRRA, um programa propriedade do Governo da República”, esclareceu o autarca, acrescentando que o executivo retirou financiamento a este programa na capital do País, o que, segundo ele, impossibilitou a conclusão das obras iniciadas.

Em entrevista à Inforpress, estranhou o facto de, desde o início do seu mandato, a pergunta ter sido sempre sobre o porquê de as obras estarem paradas sem, no entanto, haver um “aprofundamento deste questionamento”.

O Governo acabou com o programa PRRA, porque adoptou um outro mecanismo, que é o financiamento via bolsa de valores, com responsabilidade das câmaras municipais”, lamentou o chefe da edilidade praiense, lembrando que o PRRA era o “programa mais pomposo” do executivo, que o exibia por todos os lados.

Confrontado com as declarações do Governo de que tem interesse em investir no município da Praia e que falta uma abertura da parte do edil, Carvalho explicou que já foi duas vezes ao gabinete da ministra das Infraestruturas, Ordenamento do Território e Habitação, Eunice Silva, e que esta ainda não foi uma única vez à CMP.

A primeira vez que estivemos com a senhora ministra [Eunice Silva] apresentamos a nossa vontade sincera e séria de trabalhar com ela” clarificou o edil da Praia, para quem o Governo faz um “grande discurso para fora, dizendo que está interessado em manter boas relações com a Câmara Municipal da Praia”.

O autarca praiense afirmou ainda que no encontro com Eunice Silva, analisou com esta a questão de prosseguimento das obras no município, tendo apelado à mesma para “facilitar todo o processo”.

Apelámos à senhora ministra para tomar uma decisão política de reanalisar a situação porque há decisões que são políticas em que, querendo, os ministros tomam estas decisões”, indicou Carvalho, acrescentando que manifestou a vontade no sentido de as construções das infra-estruturas prosseguirem na capital, mas que Eunice Silva lhe informou que o processo já tinha sido encerrado.

Admitiu que não assinou o contrato para a obtenção do financiamento via Bolsa de Valores, porque, frisou, na folha, no espaço onde deveria constar a conta bancária estava em branco.

Pedi ao senhor presidente da Associação Nacional dos Municípios de Cabo Verde, dizendo-lhe que deveriam fornecer o número da conta bancária que iríamos colocar na folha antes de assinar e ele recusou-se”, revelou Francisco Carvalho, reafirmando que jamais assinaria qualquer contrato, envolvendo dinheiro com espaço de conta bancária em branco.

Instado se está a fazer jus ao slogan da sua campanha eleitoral “Praia para Todos”, Francisco Carvalho, respondeu que está “confiante” no ‘feedback’ que vem recebendo dos munícipes, ajuntando que a opinião dos cidadãos constitui um “indicador importante” para quem está a governar.

As medidas que estamos a tomar abrangem, pela primeira vez, uma diversidade de classes sociais no nosso município e, também em relação à diáspora”, apontou, dizendo que tem adoptado medidas para as classes menos possidentes.

Indicou exemplo de classes profissionais, como a dos taxistas, motoristas de Hiaces [miniautocarros], rabidantes e comerciantes e empresários beneficiários das medidas da CMP.

Nós não fazemos alaridos em relação a essas medidas. Não vamos à praça pública apresentar os nomes dos empresários que estamos a ajudar”, afirmou o presidente da CMP, para quem a abertura, pela primeira, de um balcão de atendimento exclusivo às empresas visa apoiar esta classe, assim como a redução do leque de documentos que passou de 16 para três.

Ainda sobre medidas concretas, citou a plataforma de investimentos criada da diáspora cabo-verdiana para o desenvolvimento do município da Praia, permitindo, assim, que qualquer projeto de qualquer empresário possa ser abraçado.

A Semana com Inforpress

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