Ministério da Agricultura apela agricultores a estarem atentos ao surgimento de pragas para “tratamento atempado”
Em conferência de imprensa, o delegado lembrou aos agricultores que o combate de praga é da responsabilidade dos mesmos, mas a delegação disponibiliza pesticidas (rapax) e assistência técnica aos agricultores, sempre que necessário e exclusivamente nas zonas infestadas, e cuja densidade da praga justifica a intervenção.
Para tal, referiu, os agricultores devem organizar-se nas suas comunidades para receber os meios necessários e a assistência técnica para combater a praga, observando que devem contactar ao detectar pragas os centros de extensão rural nas comunidades mais próximas onde existem, ou delegações de competências nas câmaras municipais de Santa Catarina e de Mosteiros ou diretamente a Delegação do Ministério da Agricultura e Ambiente, em São Filipe, através do telefone 2611168.
“Esta luta é integrada e estamos e estamos a fazer dois combates, um com recurso trichogramma, inimigo natural da lagarta de cartucho de milho, que é produzido no laboratório de Campanas Baixo e outro com recurso pesticida ‘rapax’”, declarou, observando que ambos os meios são produtos biológicos e não representam perigo.
Jaime Ledo de Pina voltou a pedir a cooperação dos agricultores que não devem pensar que o combate é apenas da responsabilidade do ministério.
Neste momento, segundo o delegado, regista-se a presença de praga de lagarta de cartucho de milho no município de Mosteiros onde uma equipa técnica está a fazer o combate e sobretudo na zona norte de São Filipe, desde Campanas de Baixo até Ponta Verde, área de maior concentração da praga neste momento e onde a delegação tem várias equipas no terreno.
Para o delegado do Ministério da Agricultura e Ambiente, os agricultores deviam evitar publicações esporádicas nas redes sociais e contactar diretamente os técnicos do ministério para agir automaticamente, sublinhando que com a publicação os agricultores estão a perder o foco, mas também a levar os técnicos do ministério a desfocar daquilo que é o essencial, o combate no terreno.
O contacto direto é mais para permitir a delegação organizar a saída das equipas técnicas para o terreno, referiu Jaime Ledo de Pina, mas também para organizar os agricultores porque a delegação não pode distribuir a cada um os meios para fazer o combate, observando que um litro de ‘rapax’ dá para tratar “uma grande extensão” de terreno.
Neste momento, as equipas técnicas da delegação da Delegação do Ministério da Agricultura e Ambiente estão a efetuar a distribuição de trichogramma produzido no laboratório e a fazer demonstração da sua aplicação, observando que os ovos são colocados nas plantas do milho a uma distância de 50 metros.
Os mesmos vão eclodir num tempo de 24 horas e têm capacidade para multiplicar, destruindo assim a praga de lagarta de cartucho do milho.
Além de trichogramma e da ‘rapax’, a delegação, segundo Jaime Ledo de Pina, produziu no período antes das chuvas e colocou em várias parcelas da ilha do Fogo armadilhas para capturar o macho da lagarta de cartucho de milho.
As armadilhas, segundo o mesmo, servem para monitorizar a presença de lagarta de cartucho de milho, por um lado, e por outro permite fazer o combate já que os machos capturados deixarão de acasalar as fêmeas, reduzindo assim a capacidade de reprodução.
A Semana com Inforpress