Cabo Verde almeja disputar o Campeonato d’África em Moçambique na sua máxima força
Inicialmente calendarizado para Julho último, o Campeonato d’África foi adiado para Setembro pela Confederação Africana de Boxe, e AIBA, mas Cabo Verde, segundo o presidente da Federação Cabo-verdiana de Boxe, Manuel Monteiro, vai levar o maior “número possível de atletas”, residentes e na diáspora, visando “trazer algo de bom ao país”.
O Nacional da modalidade, em curso, está a ser aproveitado para prospecção dos pugilistas para a composição da selecção nacional da presente temporada, ainda que a federação nacional da modalidade se sente limitada nas suas capacidades financeiras para integrar atletas de todas as categorias nesta missão, face ao custo elevado de deslocação àquele país do Índico.
Depois da proeza alcançada este ano, em Freetown, na Serra Leoa, na prova da Zona II, onde Cabo Verde conquistou quatro medalhas de ouro, uma de prata e duas de bronze, para além de trazer o título do melhor árbitro do torneio, proeza alcançada por Adilson Gomes, a federação sonha com novos títulos.
Manuel Monteiro adiantou à Inforpress que a federação está a trabalhar para reforçar o colectivo com atletas cabo-verdianos residentes na diáspora, tendo já identificados os bolseiros olímpicos Nancy Moreira e David de Pina, ambos residentes em Portugal.
“Nancy Moreira já está certo como uma atleta feminina, porque enquanto bolseira olímpica tem objectivo de participar nos Jogos Olímpicos Paris’2024, assim como David Pina, mas vamos analisar a possibilidade de levar outras pugilistas. De momento o nosso ponto fraco é a falta de atletas femininas para a selecção nacional”, asseverou Monteiro.
Enquanto Bolseiros olímpicos, referiu, estes dois atletas trabalham exclusivamente para Paris’2024, pelo que esperamos deles alguma coisa, assim como dos pugilistas residentes, alegando que no país também trabalham pugilistas com muita qualidade, de alto nível e comprovadas nos jogos da Zona II na Serra Leoa.
Relativamente à possível integração de demais atletas da diáspora, Manuel Monteiro afiançou que assim como os residentes, todos os possíveis seleccionados terão de passar por um estágio em Cabo Verde, onde os atletas competem para se qualificarem para provas internacionais, mediante as suas prestações nas provas internas.
“O período da concentração, na Cidade da Praia, vai ser muito curto”, esclareceu Monteiro, que voltou a assegurar a participação do árbitro de São Vicente, Adilson Gomes, ressaltando que o boxe está a apostar na Zona II, no Campeonato d’África e nos Jogos Olímpicos de Paris.
Revelou à Inforpress a existência de jovens da diáspora que despontam no boxe e que se interessam por representar Cabo Verde nas provas internacionais, como Carina Varela Correia, uma atleta júnior residente na França que compete sempre com as cores de Cabo Verde, já com três medalhas de ouro conquistadas em torneios em países como Roménia, Andorra e Portugal.
A este propósito, disse que futuramente a federação nacional da modalidade terá de melhor organizar para melhor interagir com atletas da diáspora, afiançando que Cabo Verde conta com bons pugilistas residentes nos EUA, na França, em Portugal e na Holanda para melhor preparar a selecção para Campeonato d’África e do Mundo, sempre depois de competirem com os residentes.
“Temos bons atletas e com grande potencial”, disse Monteiro, convicto de que no campeonato d’África, os pugilistas cabo-verdianos vão ter pela frente países africanos com pugilistas de grandes níveis, de que são exemplos Moçambique, Marrocos, Senegal, Nigéria, Gana, Quénia, Tunísia, Argélia, mas que o combinado cabo-verdiano vai moralizado para alcançar grandes resultados.
“A nossa performance da Serra Leoa chamou a atenção de todo o mundo, mas vamos estar precavidos”, realçou Monteiro, para quem o “orçamento comedido” para o Campeonato d’África já mereceu a aprovação do Instituto do Desporto e da Juventude (IDJ).
A Semana com Inforpress