Câmara disponibiliza três mil contos à Soldifogo para criação de fundo municipal para concessão de créditos
O acordo e o contrato programa entre a autarquia de São Filipe e a Soldifogo Cooperativa, segundo explicou o edil de São Filipe, Nuías Silva, no acto do lançamento do programa de incentivo ao sector produtivo “oportunidades para o mundo rural”, baseia-se na legitimidade que o município tem para assinar contratos programa com organizações da sociedade civil ou instituições que exercem competências no território municipal.
Com a disponibilização de uma linha de crédito 100 por cento (%) garantido e bonificado na parte da taxa de juros pela autarquia, os beneficiários passam a ter uma oportunidade de acesso facilitado e rápido para iniciar e expandir os seus negócios ou para outros tipos de investimentos.
Esta parceria com a instituição de microcrédito, no dizer de Nuías Silva, visa três objectivos fundamentais, nomeadamente o combate à pobreza e ao desemprego, sobretudo no meio rural, fomento ao micro-empreendedorismo e às actividades geradoras de rendimento (AGR), ajudando as pessoas para que, com seus esforços, tenham fontes de rendimento, autoemprego e empreguem outras pessoas, e a visão de potenciar as vantagens comparativas de São Filipe e da ilha do Fogo na utilização dos seus recursos endógenos e capacidade produtiva.
Nuías Silva indicou que a ideia é apoiar sobretudo os jovens, no desemprego, que têm ideias de negócios, os agricultores e criadores a desenvolverem as suas fileiras e as associações comunitárias a desenvolver actividades em prol das comunidades, sublinhando que a câmara assume todo o juro e os beneficiários pagam apenas o valor de crédito.
O autarca de São Filipe sublinhou que a perspectiva é aumentar anualmente a linha de crédito para que o volume de crédito concedido possa também aumentar de modo que os micro-empreendedores de hoje sejam, médio amanhã e grande, no futuro.
A vereadora pela área do Desenvolvimento Rural, Lia Barbosa, disse que o programa de incentivo ao sector produtivo “Oportunidades para o Mundo Rural” com uma linha de crédito 100 por cento (%) garantido e 100% bonificado visa incentivar o sector produtivo e as actividades geradoras de rendimento.
“A grande dificuldade do desenvolvimento do sector produtivo é a inexistência de instrumentos de apoio ao financiamento das actividades e a câmara está a dar um primeiro passo, que será completado com a ideia de não criar, mas promover junto da nossa diáspora e empresariado nacional, a criação do primeiro microbanco de fomento ao sector primário, cujos estudos já estão em curso”, referiu.
Com o programa pretende-se incentivar jovens empreendedores, associações e pessoas que já estão no sector a investirem mais na organização e na busca de oportunidades que o mundo rural oferece, mas não numa vertente assistencialista, mas de criação de autoemprego e riqueza, combatendo a pobreza e mitigando a seca e o mau ano agrícola.
“É possível transformar os nossos produtos e agregá-los valor acrescentado”, referiu a vereadora, observando que a autarquia está a dar um “pequeno grande passo” que exige a colaboração e um “djunta mon” de todos, nomeadamente entidades, diáspora e próprios beneficiários directos.
A ambição da câmara é promover diretos autonomia e qualidade de vida e combate à exclusão social, o empreendedorismo jovem no mundo rural, a inovação e o autoemprego, entre outras ambições, acrescentou.
O presidente da Soldifogo Cooperativa, Manuel da Luz Alves, referiu que este acordo de parceria com a câmara enquadra-se na missão e objectivo desta instituição de microcrédito enquanto banco para inclusão financeira.
“Somos uma instituição criada há cerca de 20 anos, proveniente de associações de desenvolvimento comunitário, e nossa prática de trabalho para o desenvolvimento das associações no mundo rural mostrou que estava a faltar algo importante: o financiamento para responder às demandas, realizar actividades que criam emprego e rendimento às famílias”, disse o presidente da Soldifogo, observado que esta instituição apoiou a construção de infra-estruturas colectivas em todas as zonas, mas era necessário dirigir-se à casa das famílias, das pessoas para criar o próprio auto-sustento.
Os primeiros 20 beneficiários presentes no acto e que recebem os cheques, cujo valor máximo é de 50 mil escudos, mostraram-se satisfeitos com esta iniciativa que os vai ajudar a desenvolver os seus negócios. A Semana como Inforpress