PAICV responsabiliza governo pelos atos de intransparência e má gestão na EMPROFAC
A acusação foi feita em conferência de imprensa, dirigida a partir de São Vicente (Mindelo), onde Fidel de Pina disse que isso aconteceu porque o governo não assumiu a sua responsabilidade, visto que havia um relatório da Inspeção-geral das Finanças, que o Governo, através do vice-primeiro-ministro ocultou, e que estão à vista os resultados.
O membro da Comissão Política do PAICV disse ainda que os prejuízos registados são resultados da cumplicidade e do descaso do governo de MPD, acusando o mesmo de ver os fatos acontecerem e agir naturalmente sem fazer nada.
“A grande verdade que incomoda a todos é que o Governo, em particular o Sr. Vice-Primeiro-Ministro, vê tudo isso com a maior naturalidade do mundo e não faz absolutamente nada. O Senhor Primeiro-Ministro, ao que consta, optou por se fingir de morto, fechando os olhos recusando-se a ver o que lhes entrava pelos olhos adentro: um caso gravíssimo alimentando um sistema de impunidade. E, ao branquear e relativizar os atos deste escândalo, se dúvidas houvessem, deixou mais uma vez expresso que lesar o Estado e os interesses dos Cabo-Verdianos é legítimo ou aceitável ou pelo menos desculpável desde que a idoneidade do Governo e dos amigos do Governo não seja posta em causa, numa política feita por de trás de cortinas de fumo, enquanto se apregoa a malograda transparência”, denunciou a mesma fonte.
Neste caso, o jovem político reavivou que o vice-primeiro ministro engavetou um relatório, que demostrava graves irregularidades na EMPROFAC, para proteger dirigentes amigos.
“Todos sabem que manteve um conselho de administração com duas pessoas, estando uma demissionária durante mais de um ano. Tudo isso terá tido o seu peso nos graves problemas de gestão da EMPROFAC, empresa com monopólio de importação e distribuição de medicamentos que teve sérios problemas em desempenhar o seu papel adequadamente, com períodos de ruturas constantes de medicamentos essenciais nas Farmácias”, desvendou.
Fidel de Pina disse que ainda não se compreende a verdadeira razão que levou o Vice-Primeiro-Ministro a esconder o relatório com irregularidades e falhas graves de gestão da empresa, deixando avolumar a erosão desses recursos que considera ser de todos os cabo-verdianos. “É tanta trapalhada junta que nos deixa com sérias dúvidas sobre as reais intenções do Governo na gestão desse relatório”, referiu.
Num outro ponto da comunicação, De Pina também acusou o governo de ter uma estratégia para desvalorizar a empresa Emprofac para privatizá-la “ao desbarato, de forma pouco transparente e entre amigos”.
Segundo Fidel de Pina, só assim se pode entender como é que a Empresa Nacional de Produtos Farmacêuticos (Emprofac), detentora do monopólio na matéria, pode gerar prejuízos em 2021, ainda por cima numa situação de pandemia.
Fidel de Pina questionou ainda o Governo sobre qual será o futuro da Emprofac e como será garantido o “acesso equitativo” aos medicamentos e à saúde para todos os caboverdianos.