Ilha cabo-verdiana de São Vicente ativa plano de contingência após estragos das chuvas
As informações foram avançadas em conferência de imprensa pelo vereador da Proteção Civil da Câmara Municipal de São Vicente, Anildo Andrade, que ainda conta os prejuízos provocados pelas chuvas, com muita água a correr pelas zonas baixas da cidade do Mindelo.
“Deparamos com algumas estradas que precisarão de manutenção, a limpeza da cidade que deverá ser feita com máquina e de forma manual também, através dos serviços de limpeza da autarquia, que já se encontram notificados, e farão o trabalho depois das chuvas pararem”, prometeu o autarca.
“Tivemos desabamentos de muros nas estradas e fora delas, muros de proteção de casas que ao fim ao cabo não causaram nenhum incidente, nem acidente, temos a situação de tetos de residências que cederam e, até o momento, fomos notificados de 3 a 4 casos”, precisou Anildo Andrade.
A autarquia já foi avisada por algumas famílias que ficaram desalojadas na zona de Chã de Alecrim e a área social desta repartição pública também foi chamada. No entanto, até então considera prematuro avançar com o número definitivo de pessoas desalojadas.
“Ainda estamos no terreno a realizar este tipo de recenseamento, mas podemos estar a falar de 5 a 6 famílias. Aconteceu em Chã de Alecrim e nestas situações estamos a falar mais de assentamentos informais, espaços com construções clandestinas e o nosso dever é apoiar”, deu conta o vereador.
Uma situação que acontece numa ilha onde pouco chove e nem todas as residências estão preparadas para suportar a precipitação.
“Hoje fomos abençoados com a chuva, mas é claro que quando chove numa ilha como São Vicente, ocorrem alguns estragos”, admitiu o vereador, que acrescentou ainda que esteve a circular pela cidade desde a primeira hora com o presidente da Câmara Municipal de São Vicente, Augusto Neves, e o comandante dos bombeiros, para perceberem como estava a situação.
Por ter chovido em toda a ilha, Anildo Andrade considerou que algumas zonas, devido a assentamentos informais, irão ter mais problemas do que outras.
“Na zona de Alto de Bomba [onde decorreu o trabalho de infraestruturação com o projeto do Governo denominado de ‘Outros Bairros’], tivemos menos solicitações dessa vez, aumentou o número de pedidos de apoio em Chã de Alecrim, Espia, zona alta da Ribeirinha e nos lados da Vila Nova – Cruz de Papa, mas foi praticamente por toda a cidade”, apontou o vereador.
E frisou que não se trata de situações com estragos avultados, mas que necessitam de pequenas intervenções, o que obrigou a autarquia a ativar o sistema municipal de operações de socorros e salvamentos e foi também ativado o plano de contingências para épocas de chuva.
“Como é sabido, temos um plano municipal de emergência e também um plano de contingência para épocas de chuva. Quando ativamos o plano de contingência para épocas das chuvas recebemos alguns apoios, nomeadamente temos aqui o pelotão de militares do Comando da Primeira Região Militar e outro do centro de instrução que estão de prontidão”, enumerou.
Além de São Vicente, que acontece pela primeira vez este ano, choveu durante a manhã de hoje na vizinha ilha de Santo Antão, tal como tem acontecido nos últimos dias, também um pouco por todo o país, provocando inundações em algumas zonas baixas.
Em 11 de julho, as autoridades cabo-verdianas previram uma campanha agrícola mais chuvosa este ano, e as previsões meteorológicas não descartavam a ocorrência de eventos extremos, como chuvas intensas, depressões tropicais, ventos fortes e agitação marítima.
Há praticamente quatro anos que Cabo Verde vivia uma forte seca, o que vinha condicionando a atividade agrícola, e nos últimos dias o Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG) alertou que um sistema tropical junto da costa ocidental africana aproxima-se de Cabo Verde com probabilidade de evoluir para depressão tropical. A Semana com Lusa