Defensor de Coral de Laginha volta a alertar para perigos de enxurradas que mataram cerca de 300 animais
Guilherme Mascarenhas, um dos principais promotores da iniciativa, lembrou que tem vindo a alertar as autoridades para os danos que as chuvas e os “canhões de lama” direccionados estão a provocar ao coral, o que ficou provado mais uma vez nesta quarta-feira, 07.
“Ontem contabilizei 297 animais entre lesmas, que chamamos de “cona de bedja”, polvos, pepinos do mar, ouriços, lagostins e outros”, enumerou a mesma fonte, adiantando que o número poderá até ser maior porque os contabilizados foram só os que vieram dar à praia e há possibilidade de ter outros tantos no fundo do coral.
Daí, asseverou, mostra-se “urgente” corrigir e desviar os tubos de drenagem do local, que se ressente dos efeitos da lama por “muito tempo”.
“No fundo ainda podemos encontrar lama das chuvas de há três anos. Ali é um local fechado e que a correnteza não consegue fazer a limpeza tão rapidamente, o que tem matado a biodiversidade que ali existe”, considerou Guilherme Mascarenhas.
Esse professor, que disse estar a dedicar grande parte da sua vida ao coral, que é um “lugar muito bonito” e do qual disfruta mergulhando quatro vezes por semana, acredita que as autoridades “precisam levar mais a sério o assunto e tomar medidas rapidamente”.
“As autoridades não têm mostrado nenhum interesse e nós é que os temos procurado para discutir o assunto, tanto assim é que nem conseguimos nos encontrar com actual ministro do Mar”.
Mesmo assim, ajuntou, o grupo está “totalmente disposto” a colaborar com os governantes e procurar soluções, entre estas, aconselhou, seria a possibilidade de desviar os tubos para o areal da praia da Laginha “cuja limpeza é muito mais rápida e onde a vida existente é irrisório”.
A Semana com Inforpress