Cabo Verde passa a ter 60 epidemiologistas de campo a trabalhar em situações de emergência
Esta informação foi avançada esta quarta-feira pela presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), no âmbito do I Encontro Científico de Epidemiologia de Campo de Cabo Verde – EpiCV, iniciado hoje e com dois dias de duração.
Segundo explicou Maria da Luz Lima, epidemiologistas de campo são profissionais que trabalham em todas as áreas da saúde, tanto humana como animal, e ambiental, e que estão na linha da frente nas respostas à saúde, sobretudo relacionadas com emergência na saúde pública e outras situações de doença ou determinantes da saúde.
O programa de treinamento em epidemiologia de campo, prosseguiu, vem sendo implementado em Cabo Verde desde Junho de 2021, sendo que, no decurso desse encontro, mais 15 profissionais de saúde vão finalizar o treinamento.
“Esse treinamento já existe em várias outras paragens, obviamente, só que em Cabo Verde ainda não tinha sido implementado”, frisou, reconhecendo que o arquipélago sentiu essa necessidade com a pandemia em que os epidemiologistas de campo ou os epidemiologistas no geral, sublinhou, têm um “papel fundamental” na gestão das emergências em saúde pública.
Daí que realçou a importância deste treinamento, afirmando que teve por objectivo contribuir para a construção de uma rede activa e coesa de resposta oportuna, atempada e coordenada de vigilância.
Com isto, o Instituto Nacional de Saúde Pública, na voz da sua presidente, enquanto coordenador deste projecto, pretende fortalecer as capacidades básicas dos profissionais que actuam na primeira linha na resposta de campo em situações de surtos e emergências em saúde pública principalmente no contexto da abordagem “Uma Só Saúde”.
“Durante todo esse tempo foram formados, já vamos ser 60 epidemiologistas de campo em Cabo Verde e todos os concelhos do país vão ter pelo menos um epidemiologista de campo, isso é muito importante para apoiar a saúde humana, animal e ambiental”, perspectivou.
Neste encontro de dois dias, Maria da Luz Lima, garantiu que vão ser apresentados “excelentes” trabalhos, sobre investigações de surtos de realidade nacional, que vão mostrar como o País está em termos de saúde pública, em termos de resposta a situações de doenças, não só em doenças infecciosas como também em doenças crônicas não transmissíveis para apoiar também na tomada de decisão.
“O país estará melhor preparado para identificar possíveis surtos. Este é um ganho fundamental, todos os epidemiologistas estão prontos para estarem no terreno 24 horas por dia para investigação de surtos e outras situações de saúde pública”, assegurou.
Por seu lado, o ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, enalteceu a importância desta formação, afirmando que vai preencher uma lacuna “grave e importante” que era a falta de epidemiologistas em Cabo Verde.
“Vai trazer, de facto, competências necessárias que o País precisa no que diz respeito à segurança sanitária”, reforçou o governante, para quem este é um país exposto, vulnerável, em que ao longo da sua história teve vários surtos epidêmicos, desde cólera, dengue, zica, paludismo e outras epidemias.
Lembrou que não é por acaso que o Governo elegeu como uma das prioridades da governação a segurança sanitária, pelo que parabenizou os colaboradores, o INSP, e parceiros por dotar Cabo Verde de uma ferramenta “importante” no que diz respeito ao próprio cumprimento do regulamento sanitário internacional.
A Semana com Inforpress