PM advoga “combate forte” à criminalidade e aposta na reinserção social e retorno à vida na comunidade
O chefe do Governo, que presidia à cerimónia de recepção das obras da primeira fase do projecto de reabilitação e expansão da Cadeia Regional do Fogo, defendeu que é preciso baixar o índice de criminalidade através de acções para garantir a paz social, a tranquilidade e a vida em comunidade, mas também trabalhar fortemente na reinserção, ressocialização e retorno à vida daqueles que estão detidos.
Na sua intervenção, o primeiro-ministro reconheceu a importância do investimento feito na reabilitação e expansão da Cadeia Regional do Fogo, adiantando que houve um “avanço significativo” relativamente àquilo que existia antes da realização das obras realizadas não só em nome da dignidade e humanização dos reclusos, mas também em nome da segurança e da dignidade dos que trabalham neste espaço, daqueles que visitam no exercício das suas profissões e para a comunidade.
“Enquanto vivemos em sociedade temos sempre estes fenómenos como crimes, privação de liberdade, mas temos de saber conviver e criar respostas cada vez mais eficientes e eficazes para estes fenómenos”, disse Ulisses Correia e Silva.
O governante explicou ainda que é por isso que existe acção policial, investigação criminal e judicial para garantir a paz social, a tranquilidade e que o país seja seguro do ponto de vista da protecção das pessoas, da imagem externa e da própria economia.
Ao mesmo tempo, acrescentou que é preciso ter a capacidade de recuperar aqueles que por situação de vida estão nas prisões, defendendo a recuperação dos mesmos enquanto ser humano durante a detenção, garantindo as condições de humanidade e dignidade e que tenham possibilidade de ter acesso a formação, trabalho digno, qualificação, capacitação e a preparação para o retorno à vida familiar, social e económica para evitar a reincidência.
“Temos níveis importantes de reincidência e é preciso trabalhar para evitar este fenómeno”, disse o primeiro-ministro, sublinhando que é necessário trabalhar aqueles que estão detidos, mas trabalhar também a comunidade para dar oportunidade e não julgar e penalizar os reclusos depois de sair das prisões.
Depois da ministra da Justiça ter classificado os agentes de segurança prisional da Cadeia regional do Fogo como “modelos de conduta boa e de envolvimento” e que servem de exemplo aos outros estabelecimentos prisionais do país, Ulisses Correia e Silva qualificou a profissão dos gentes de “muito difícil, exigente e, às vezes, mal compreendida quando não bem explicada”, assegurando que o Governo tem estado a trabalhar para garantir melhores condições de motivação, equipamentos e meios e na própria questão remuneratória.
Presentes na cerimónia de inauguração, os presidentes das três câmaras da ilha destacaram o investimento na cadeia que vão criar condições de dignidade aos reclusos.
O presidente da câmara de Santa Catarina do Fogo, Alberto Nunes prometeu em ceder alguns exemplares de livros para a biblioteca da cadeia enquanto o presidente da câmara de São Filipe, Nuías Silva, comprometeu em dar continuidade à colaboração com este estabelecimento prisional em vários domínios.
Este comprometeu-se igualmente em trabalhar conjuntamente com o Ministério da Justiça e Estradas de Cabo Verde para uma intervenção na estrada de acesso, desde o alto do porto de Vale dos Cavaleiros até às instalações da cadeia que se encontra em estado avançado de degradação.
Igualmente solicitou à ministra da Justiça a instalação de uma delegação da Polícia Judiciária na ilha do Fogo, que, segundo o mesmo, é uma necessidade, pelo que se comprometeu em compartilhar os custos da sua instalação. A Semana com Inforpress