Santa Catarina/Santiago: PAICV fala em “governação desastrosa” do MpD no município e no País
Armindo Freitas fez estas afirmações à imprensa, à margem da assembleia de militantes, que, entre outros assuntos, analisou a situação política do País, do município de Santa Catarina e da região Santiago Norte, bem como os ensinamentos e pensamentos de Amílcar Cabral no contexto político partidário actual.
Relativamente à situação política do município de Santa Catarina, o também vereador sem pasta naquela autarquia santiaguense classificou-a de “desastrosa, sem política, sem visão, sem estratégia” e que o município “está a ficar para trás”.
Por isso, acrescentou, a mesma situação em Santa Catarina está a replicar-se nos demais municípios governados pelo Movimento para a Democracia (MpD, poder) e também do Governo, notando que a própria população está a queixar-se dessa “governação desastrosa” do município e do País.
Daí, pediu “união e apoio” de todos os militantes nos próximos embates eleitorais, para quebrar o ciclo de governação do MpD em Santa Catarina, que, lembrou, caminha para quarto mandato, ou seja, 16 anos.
E tendo em conta que, segundo o também deputado nacional, a população de todas as localidades está a reclamar do “estado de abandono” do município, defendeu que é momento de se ter uma “visão e estratégia claras” para o desenvolvimento do município e com aposta nas suas potencialidades.
Para além da análise da situação actual da política do município de Santa Catarina, da região Santiago Norte e do País, Armindo Freitas informou que este espaço de diálogo e reflexão serviu ainda para “reflectirem e revisitarem os ensinamentos de Amílcar Cabral” para inspirar os militantes do PAICV e possam travar as lutas que estão pela frente, referindo-se às próximas eleições autárquicas de 2024.
“Vamos reflectir e revisitar Amílcar Cabral porque ele lutou e deu toda a sua entrega e nós também queremos que os militantes tenham este espírito de lutar para resgatar Santa Catarina e Cabo Verde da situação política actual”, explicou Freitas.
Por sua vez, o presidente do PAICV, Rui Semedo, que presidiu o encontro, adiantou que falou com os militantes sobre um “País real”, com muitos desafios e que está a passar por uma situação “extremamente difícil”, devido às consequências da crise, da seca, ausência de políticas e de medidas para fazer face às dificuldades que os cabo-verdianos estão passar, sobretudo os agricultores e criadores de gado.
O dirigente da oposição criticou mais uma vez a demora na abertura de frente de alta intensidade de mão-de-obra, notando que se está num momento em que as famílias precisam de apoio e rendimentos para preparar o ano agrícola e para fazer face ao aumento de preço e para garantir o sustento das suas famílias com dignidade.
“O Governo não foi capaz de acudir as famílias no momento em que mais precisavam”, lamentou o também deputado nacional em declarações à imprensa.
Condenou ainda aquilo que classificou de “grande problema” de transporte aéreo e marítimo, pedindo ao Governo para dar atenção ao desafio da segurança e para criar uma almofada para que as famílias possam ter suporte para suportar este choque.
“Pedimos ao Governo que repense a questão dos transportes e para ver se não é chegado a altura de o próprio Estado intervir de forma mais forte para que tenhamos transporte sustentável para ligar as ilhas e Cabo Verde também com o Mundo”, apelou Rui Semedo.
Na ocasião, o político do PAICV congratulou-se com a iniciativa que também rendeu uma homenagem à Amílcar Cabral e a todos os combatentes da liberdade da pátria, sobretudo os de Santa Catarina, que participaram neste evento político.
A assembleia de militantes, que teve como palco o Auditório do Liceu Amílcar Cabral, contou ainda a presença de militantes de todos os grupos de base de Santa Catarina, dirigentes das estruturas locais, regionais e nacionais, eleitos nacionais e municipais do PAICV. A Semana com Inforpress