PAICV exige do Governo medidas sobre situação “insustentável” dos transportes aéreos e marítimos e do aumento da criminalidade

Em encontro com a imprensa, Rui Semedo garante que a Comissão Política analisou sobre a crise no sistema dos transportes aéreos e marítimos e denuncia a situação insustentável que se vive no sector com grandes prejuízos para os passageiros e para qualquer cabo-verdiano que queira realizar o direito de se deslocar de uma ilha para outra.

«A situação é de tal gravidade que, pela primeira vez em Cabo Verde, ao longo da sua história de país independente, se anunciou o cancelamento de todos os voos por falta de aparelhos para garantir as operações. Foi um verdadeiro Blackout de transporte aéreo», alerta.

Segundo a mesma fonte, já nem mesmo os pilotos, que são normalmente muito tolerantes, suportam o desgoverno do setor dos transportes aéreos, com impactos altamente penalizadores na sua vida pessoal, profissional e familiar e lançaram um ultimato ao Governo, exigindo medidas urgentes para um tratamento digno, sério e responsável e para uma gestão profissional e competente.

«A situação é tão desastrosa que não se entende o silêncio do Primeiro-Ministro e do Vice-Primeiro-Ministro que tem procurado fugir desta temática desconfortável para se refugiarem em anúncios, novas promessas e algumas vezes em poemas e divagações. A Comissão Política deliberou, por isso, no sentido de exigir do Governo todas as informações necessárias sobre a real situação e a tomada de medidas consentâneas com a importância do setor dos transportes para a vida das pessoas e para a economia deste país», garante.

Insegurança com vários crimes de assaltos

Segundo ainda Rui Semedo, a Comissão Política do PAICV também passou em revista a situação da insegurança que se vive em Cabo Verde, com destaque para a capital. « Chama atenção ao Governo pelo caos que se vive nos bairros e pela intensificação de assaltos que atormentam as pessoas de bem que correm cada vez mais riscos de serem assaltadas até dentro das suas próprias casas», denuncia, concluindo que não vale a pena continuar a insistir que a situação é boa enquanto todos os dias se aumentam as situações de agressões e «casso bodes» que tendem a banalizar-se e a aumentar o sentimento de medo e de impotência perante a criminalidade.

«Medidas urgentes devem ser tomadas para restituir aos cidadãos o direito de se circularem livremente na sua própria Terra e a não de tornarem, involuntariamente, prisioneiros nas suas próprias casas», propõe a liderança da maior força da Esquerda Democrática em Cabo Verde.

Falta de medidas sobe impacto da crise na vida das famílias

A fazer fé no mesmo dirigente, a Comissão Política do PAICV analisou, por outro lado, os impactos da crise na vida das pessoas e famílias e exorta, mais uma vez, ao Governo a tomar medias para socorrer todos aqueles que passam por níveis extremos de dificuldades.

«A Comissão Política estranha o facto de o Governo ter anunciado a abertura das frentes de trabalho e, ao mesmo tempo, não ter feito nenhuma diligência para a materialização na prática dessa medida, deixando as pessoas a sofrerem até ao limite das suas capacidades», critica.

Rui Semedo acrescenta que «a Comissão Política lembra ao Governo que governar é, antes de mais, servir as pessoas e que, por isso, o executivo deve passar de anúncios fantasiosos e trabalhar, de facto, para dar respostas às necessidades das pessoas, das famílias e das empresas».

Novo ano letivo e necessidade de apoio a famílias carentes

Na sua última reunião de fim de semana, a Comissão Política do PAICV saudou o início do novo ano letivo e aproveitou esta oportunidade para endereçar a toda a classe docente, aos discentes, aos pais e encarregados de educação, os votos de um ano tranquilo, de muita aprendizagem e de criação de todas as condições que contribuam para a motivação de todos os profissionais e para a satisfação dos principais beneficiários da educação.

«A Comissão Política do PAICV exorta o Governo à uma postura de diálogo e de tolerância com a classe docente e seus representantes, para se construir os entendimentos necessários que garantam, por um lado, a resolução dos problemas da classe e, por outro lado, um ano letivo com a estabilidade necessária para uma formação de qualidade que todos almejamos», apela, esperando que o Governo tenha em conta a situação de precaridade dos pais e das famílias e crie condições adequadas ao contexto, para que ninguém fique para trás e para que todas as crianças, em idade escolar, possam frequentar as aulas sem sobressaltos.

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