Cabo Verde e Guiné-Bissau têm de ter transportes aéreos e marítimos entre os dois países
O chefe de Estado cabo-verdiano falava aos jornalistas no final de uma visita a uma fábrica de processamento de castanha de caju, principal produto de exportação da Guiné-Bissau, que pertence a um dos maiores grupos empresariais do país, o Comercial Santy.
“Nós ontem falávamos com o senhor primeiro-ministro no sentido de se garantir mais mobilidade de pessoas e bens entre os dois países e, para isso, uma questão também muito discutida com o senhor Presidente é a questão dos transportes - as ligações aéreas e marítimas entre os dois países”, afirmou aos jornalistas, quando questionado sobre o interesse da Guiné-Bissau para os empresários cabo-verdianos.
“Mas, temos de pôr os empresários a conversarem entre si e temos de fazer todo um trabalho comum no sentido de ter os transportes aéreos e marítimos entre a Guiné-Bissau e Cabo Verde”, disse.
O Presidente cabo-verdiano salientou também que o que se faz na “Guiné e as potencialidades que tem nos mais diferentes domínios interessam e muito a Cabo Verde e com certeza aos empresários cabo-verdianos”.
Sobre a visita à fábrica de processamento de caju, José Maria Neves considerou que estes são “investimentos privados importantes”, que permitem à Guiné-Bissau competir no “mercado internacional” e permitem a criação de emprego e a melhoria das condições de vidas dos guineenses.
O presidente do conselho de administração do grupo Santy em Bissau, Santiago Hanna, disse que a fábrica tem capacidade de processar anualmente 10 mil toneladas de caju e de exportar oito contentores por mês.
“Conseguimos fazer oito contentores por mês, mas os barcos não chegam com a assiduidade que existia. Estamos a 14 dias da União Europeia e a menos de um mês dos Estados Unidos, mas o problema é a assiduidade dos barcos. Esta vantagem perde-se se não há barcos para exportação e há a questão dos preços internacionais que provocou um aumento dos preços dos contentores”, salientou.
Aos empresários interessados no mercado guineense, Santiago Hanna disse que só é preciso coragem porque na Guiné-Bissau há “gente para trabalhar”, há “riquezas para exportar, para desenvolver” e “muita coisa para se fazer”.
O Presidente de Cabo Verde termina hoje uma visita de três dias à Guiné-Bissau com encontros com os três maiores partidos políticos do país, nomeadamente o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15) e o Partido de Renovação Social.
Durante a sua estada em Bissau, José Maria Neves teve encontros com o seu homólogo guineense, Umaro Sissoco Embaló, com quem visitou no sábado as obras de reabilitação das vias rodoviárias da cidade, e o primeiro-ministro guineense, Nuno Gomes Nabiam. A Semana com Lusa/Foto: Jornal O Democrata