PR de Cabo Verde deseja que legislativas da Guiné-Bissau decorram com tranquilidade
“O que desejo é que as eleições legislativas decorram num ambiente de tranquilidade, de paz. A Guiné-Bissau precisa de estabilidade, de paz e que todos possam participar nas eleições e que quem ganhar assuma a responsabilidade de governar e quem perder assuma a responsabilidade de fazer oposição”, disse o chefe de Estado cabo-verdiano.
José Maria Neves falava aos jornalistas depois de ter recebido em encontros separados os três principais partidos guineenses, nomeadamente o Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), Partido da Renovação Social (PRS) e Partido Democrático da Guiné e Cabo Verde.
O Presidente cabo-verdiano explicou que pretendeu com os encontros perceber todas as sensibilidades políticas e sociais para ter “uma ideia mais clara e precisa sobre a situação política nacional”.
“Enquanto Presidente de um outro país não me compete nem avaliar, nem imiscuir nos assuntos internos da Guiné-Bissau, cabe aos órgãos de soberania, aos partidos políticos e à sociedade civil guineense equacionarem e resolver os seus problemas políticos e poderei ser positivo, ajudar a construir pontes, ajudar a construir compromissos para o futuro”, salientou.
“O que desejo é que a Guiné-Bissau esteja bem e que o povo esteja bem e nesse sentido também a região e Cabo Verde estarão bem”, acrescentou.
Questionado sobre o facto de o PAIGC ainda não ter conseguido realizar o seu congresso, José Maria Neves disse que é um “problema interno do país”.
“Espero que todas as instituições funcionem e espero que todos os partidos políticos participem nas próximas eleições”, afirmou.
No final dos encontros, os três partidos explicaram que falaram sobre a situação política no país e as próximas eleições legislativas.
O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, dissolveu a Assembleia Nacional Popular em maio e marcou legislativas antecipadas para 18 de dezembro.
A semana passada, após uma reunião com os partidos políticos, o Governo admitiu o adiamento do sufrágio devido a dificuldades de organização.
O Governo propôs na segunda-feira a data de 23 de abril de 2023 para a realização das legislativas aos partidos políticos, que continuam a insistir na necessidade de ser ultrapassado o impasse em torno da direção da Comissão Nacional de Eleições (CNE). A Semana com Lusa