Neve Insular quer mais produtores a praticar agricultura ecológica e produzir fibra de algodão - São Vicente
Conforme a mesma fonte, esta foi a finalidade da formação “Mulheres do Vale- Aquisição de competências em agroecologia” ministrada nos últimos meses a sete mulheres do Madeiral e que hoje contou com uma apresentação pública.
O “Neve Insular” decidiu, segundo Vanessa Monteiro avançou à imprensa, no Mindelo, apostar nas mulheres que, de momento, estavam sem rendimento e estimular novos princípios da agroecologia e também de participar na ideia de produção fibra do algodão, concebida pela Neve Insular desde 2018.
Segundo a mesma fonte, a organização está encorajada, porque, ao longo destes quatro anos, tem feito demonstrações públicas e as pessoas têm se mostrado “entusiastas e surpresas” com a ideia.
“O objectivo é criar um projecto sustentável com pessoas focadas para essa acção de transformar, mas, naturalmente, sempre abertos a pessoas que têm interesse em conhecer e aprimorar”, sublinhou Vanessa Monteiro, apontando como exemplo a formação realizada a artesãos emergentes no ano passado.
O presidente da Associação Agropecuária Madeiral-Calhau, Ederley Rodrigues, também se mostrou satisfeito pela realização da formação e por ter sido voltada às mulheres, que, ajuntou, têm “fraca adesão” à agricultura no vale.
Por isso, espera-se, segundo a mesma fonte, que a acção formativa tenha continuidade e que as mulheres possam aplicar as práticas de agroecologia e inserirem neste mercado de trabalho.
“Já temos experiências que agricultura é algo sustentável e com a agricultura ecológica vai-se utilizar o que se encontra na natureza e não se vai comprar, então é mais sustentável ainda, porque utilizamos o que se encontra no meio ambiente para trabalhar e obter rendimento”, advogou.
Uma ideia já incutida pela formanda Meladine Delgado, que disse ter aprendido muitas técnicas, que têm colocado em prática em sua casa para plantar legumes, frutas, inclusive pêra, e combater pragas, tudo de maneira natural.
O projecto Neve Insular nasceu em 2018, enquadrado no concurso “Boka Panu”, promovido pela Feira de Artesanato e Design (URDI), do Centro Nacional de Arte Artesanato e Design (CNAD) e que tinha por tema o padrão da panaria cabo-verdiana como matéria criativa.
Uma oportunidade que Vanessa Monteiro e Rita Rainho, outra das promotoras, encontraram para lançar o “Neve Insular”, uma ideia, que gira em torno do algodão, não com o objectivo final de produzir material para indústria têxtil, mas, sim criar uma plantação orgânica para responder como matéria-prima para um “laboratório criativo”.
O porto seguro” do “Neve Insular” encontra-se no Centro Agroecológico do Madeiral, periferia da ilha de São Vicente. A Semana com Inforpress