OE’2023: Partidos com assento parlamentar manifestaram “optimismo” e “descrédito” ao PR

Realizada de forma separada, José Maria Neves iniciou a audiência com o secretário-geral do Movimento para Democracia, Luís Carlos Silva, que à saída manifestou o seu optimismo à imprensa, com o argumento de que a economia “está a erguer-se e a se repor de pé” e “o pior já se passou”.

“Sinceramente estou bastante optimista relativamente à execução final do Orçamento do Estado de 2022 e para 2023 esperemos que o ano seja muito melhor que 2022. Existem, sim, várias incertezas ainda e riscos que dependem do contexto internacional que 2023 possa apresentar, mas existem também sinais positivos que tem a ver, por exemplo, com questão da inflação”, referiu.

Luís Carlos Silva disse “esperar que a inflacção em 2023 volte a aproximar-se da normalidade vivenciada durante uma década”, acrescentando que o MpD espera “continuar a trajectória descendente da dívida pública, bem como a trajectória descendente do défice”, alegando que “o pior já está ultrapassado e o país está a retomar a sua dinâmica normal”.

Já o presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) afirmou que “este Orçamento não dá resposta nem para as pessoas, nem para as famílias, nem para as empresas”, porque “não gere empregos, não dá respostas às empresas, ão melhora o poder de compra correspondendo às perdas que têm havido, custo de vida e o aumento de preço que tem havido”.

É que para Rui Semedo, o Orçamento de Estado para o ano económico de 2023 não encontra as almofadas para proteger as muitas pessoas desempregadas e que precisam também de medidas específicas para suportar todos os impactos das dificuldades que o país tem enfrentado e não mexe nos salários de forma expressiva.

“A inflacção é extremamente alta, perto 9 por cento (%), entretanto há uma camada que não beneficiou de nenhum aumento de vencimento e a outra camada que beneficiou de um aumento mínimo. Por exemplo o salário mínimo que é de 15.000$00 vai ter 525$00 de aumento, é residual. O poder de compra permanece muito baixo e não consegue atingir as pessoas”, explicitou.

Enquanto isto, o presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática revelou que a ocasião foi aproveitada para se abordar a situação económica e social do país, particularmente da segurança na cidade capital, sobre o Orçamento do Estado já aprovado na Assembleia Nacional, mas também sobre as medidas que constam do OE, principalmente no aspecto da inclusão social.

João Santos considerou que o crescimento que neste momento se regista no país advém da base do sacrifício dos cabo-verdianos, tendo ressalvado aos jornalistas que a UCID manifestou ao chefe de Estado a sua discordância para com as “medidas que constam do Orçamento do Estado, principalmente no capítulo dos recursos humanos, para efectivamente ir ao encontro da satisfação dos cabo-verdianos.

“Dissemos também que este Orçamento em termos de reajuste salarial discrimina uma boa parte dos cidadãos cabo-verdianos. Nós apresentamos propostas de alteração ao Orçamento, mas da forma como o parlamento está formatado, a maioria não permite que se altere uma vírgula no Orçamento”, lamentou.

O Presidente da República almeja, com este conjunto de audiências, auscultar os partidos políticos com assento parlamentar, assim como as centrais sindicais e o patronato, como representantes legítimos dos trabalhadores e da classe empresarial, sobre a situação económica e social do país e sobre o próprio orçamento.

O Orçamento do Estado para o Ano económico de 2023, avaliado em 77 milhões de contos, foi submetido ao Presidente da República depois da sua aprovação pelo parlamento. A Semana com Inforpress

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