UCID pede protecção às instituições democráticas e consenso parlamentar
João Santos Luís manifestou esta posição à imprensa, à saída das saudações de Ano Novo da direcção da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) ao Presidente da República, José Maria Neves, e disse esperar que o parlamento esteja à altura para responder aos desafios que o país e instituições precisam para funcionarem bem num Estado de Direito Democrático.
“Podemos dizer que tem sido feito um grande esforço, por todos os governos que têm governados o país, mas temos também de admitir que a nossa democracia é muito jovem e que precisa de cuidados. Temos alguns sinais e todos os actores políticos, todos os cidadãos devem trabalhar no sentido de fortalecer-lha, ainda mais, e trabalhar para o processo de consolidação democrática”, sintetizou.
Recordou que Cabo Verde sempre funcionou com governos de maioria absoluta que funcionam basicamente como “partido do regime único, com simulações de diálogo”, pelo que requereu o executivo “que abra ao diálogo” com todos os sujeitos parlamentares porque a democracia, vincou, “não passa somente pelo ganho das eleições”.
“Há muitas coisas que podem ser resolvidas no Estado de Direito Democrático, nomeadamente, o crescimento da economia para que os cidadãos possam ser independentes”, asseverou, considerando que, apesar da maioria absoluta, torna-se necessária a “humildade suficiente para aceitar as diferenças e propostas do outro lado”.
O líder dos democratas cristãos considerou “bastante irrisório o crescimento a dois dígitos, mesmo com a retoma económica”, pelo que chamou atenção para o sufoco a que, atestou, ainda enfrentam os operadores turísticos, lembrando que ao longo da pandemia, assim como o Estado, os operadores fizeram grande esforço na implementação dos lay-off, estando ainda descapitalizados.
Para João Santos Luís, os operadores económicos carecem ainda de uma “mãozinha” do Estado de Cabo Verde no abaixamento do IVA (Imposto sobre Valor Acrescentado) e na restauração que ainda está nos 15% (por cento), de forma a evitar que haja despedimentos por causa do sufoco fiscal.
Com o Chefe de Estado, João Santos Luís disse ter falado, ainda, sobre a segurança e a justiça. A Semana com Inforpress