Ministro garante que não há barcos a pescar ilegalmente em Cabo Verde
Numa intervenção no debate com o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas e ministro do Mar, na primeira sessão parlamentar de fevereiro e em resposta a perguntas dos deputados, Abraão Vicente revelou que em 2022 assinou 70 licenças para barcos estrangeiros pescarem nas águas de Cabo Verde, dos quais 18 do Japão, 11 do Senegal, 34 com União Europeia, sendo o resto residual.
E só este ano, disse que o país já vai com 56 licenças atribuídas, para garantir, de seguida, que não há nos registos nenhum barco a fazer pesca ilegal em Cabo Verde.
“A nossa ideia é reforçar a cooperação com países como Mauritânia e Senegal”, perspetivou o ministro, informando que em 13 de março próximo haverá uma reunião no Senegal, em que Cabo Verde vai passar a presidência da Comissão Regional de Pesca para aquele país.
“E o nosso objetivo é criar um bloco africano para termos capacidade de pescar mais e reforçar a nossa capacidade de pesca na nossa sub-região”, enfatizou Vicente.
Com uma superfície de 4.033 quilómetros quadrados (km2), o arquipélago de Cabo Verde está espalhado por uma área de aproximadamente 87 milhas (140 km) de raio, com cerca de 1.000 km de costa e uma área marítima de responsabilidade nacional de 734.265 km2, que inclui as águas arquipelágicas, o mar territorial, a zona contígua e a Zona Económica Exclusiva.
Entretanto, armadores, pescadores, peixeiras, ambientalistas e consumidores têm alertado para o fenómeno da pesca ilegal e excessiva no arquipélago por parte de barcos estrangeiros, dizendo que estes estão a varrer os mares.
O país contava em finais de 2021 com 1.626 embarcações de pesca, 4.062 pescadores e pescadores armadores artesanais, com domínio dos homens no setor e pouca formação dos armadores, segundo dados definitivos do V Recenseamento Geral das Pescas, apresentados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), apresentados em outubro, em São Vicente.
A Semana com Lusa