Subsídios de desemprego em Cabo Verde caíram para metade em nove meses
De acordo com o mais recente relatório do INPS, com dados provisórios de três trimestres de 2022, Cabo Verde atribuiu ainda 164 subsídios de desemprego em julho e 161 em agosto, o registo mensal mais baixo desde os 142 contabilizados em dezembro de 2021. Esses subsídios de desemprego subiram ligeiramente em setembro, para 180, abaixo dos 203 registados no mesmo mês de 2021.
Globalmente, nos primeiros nove meses do ano passado foram atribuídos 1.788 subsídios de desemprego, que custaram 28.687.000 escudos (260 mil euros), contra os 3.366 no mesmo período de 2021, que custaram ao INPS 56.434.000 escudos (512 mil euros), segundo os dados da instituição consultados hoje pela Lusa.
Desde o início da pandemia de covid-19, o pico nestes apoios registou-se em abril de 2021, com a atribuição de subsídios de desemprego num único mês no valor de 10.657.000 escudos (97 mil euros).
Em 31 de dezembro de 2021 terminou a vigência do mecanismo de suspensão simplificada do contrato de trabalho. Neste regime de ’lay-off’, que estava em vigor desde abril de 2020 devido à pandemia de covid-19, o INPS suportava mais de metade do salário dos trabalhadores abrangidos.
"Este instrumento [’lay-off’] teve um grande impacto na atenuação do crescimento do desemprego em Cabo Verde", reconheceu anteriormente o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia.
O valor dos subsídios de desemprego atribuídos em Cabo Verde pelo INPS caiu 53% em 2021, face ao ano anterior, para 63,4 milhões de escudos (575 mil euros), contra os mais de 135,2 milhões de escudos (1,2 milhão de euros) de janeiro a dezembro de 2020.
O INPS atribuiu no ano de 2021 um total de 3.811 prestações mensais de subsídio de desemprego, número que em igual período de 2020 foi de 8.536, essencialmente a partir de abril, devido aos efeitos económicos da pandemia de covid-19 no arquipélago.
A atribuição de subsídios de desemprego em Cabo Verde disparou desde abril de 2020, até ao máximo de 1.262 em julho desse ano, mas desde abril de 2021 (566) que a atribuição desses apoios está em queda.
Mais de 40% dos trabalhadores que perderam o emprego em Cabo Verde em 2020, durante a pandemia de covid-19, são da ilha do Sal, a mais turística do arquipélago, segundo dados anteriores do INPS.
O Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde depende em 25% do turismo - tal como o impacto no emprego -, com um recorde de 819 mil turistas em 2019, mas parado desde a pandemia, provocando uma queda superior a 60% durante o ano de 2020 e com efeitos no ano seguinte.
Cabo Verde fechou com uma taxa de desemprego de 14,5% em 2020 - 11,3% em 2019 -, contra a expectativa governamental de quase 20%, um resultado menos negativo explicado com os sucessivos períodos de ’lay-off’, sobretudo abrangendo as empresas ligadas ao turismo, em que o trabalhador recebia 70% do salário, suportado em parte pela segurança social cabo-verdiana.
O Governo estima ter terminado 2021 com uma taxa de desemprego idêntica, de 14,5%, que esperava baixar para 14,2% em 2022. A Semana com Lusa