Direcção Nacional de Política do Mar garante novo modelo operacional nos transportes interilhas nos “próximos dias”

Em comunicado, na sequência dos últimos acontecimentos relacionados a ligações interilhas, que tem rendido críticas por parte dos passageiros, a Direcção Nacional de Política do Mar informou que foi regularizado, a esta data, um montante de 427.827.628 escudos, referente à uma dívida de Dezembro de 2022, no valor de 581.275.085 escudos e assegurou que tem feito “todos os esforços” para a normalização da situação.

Conforme avançou, está ciente que a subvenção pública pelas imposições de prestação do serviço de transporte marítimo atingiu valores elevados, muito acima do previsto, nos primeiros três anos de operação.

No entanto, afirmou que as razões prendem-se com os efeitos da pandemia da Covid-19 devido a consequente fecho das fronteiras, limitações impostas no transporte de passageiros e estagnação da economia, seguido do aumento galopante dos preços dos combustíveis, condicionando assim a capacidade do pagamento do Estado, por um lado, e por outro a tesouraria da Cabo Verde Interilhas (CVI).

Não obstante, considerou “injustificável” o nível de serviço que vem sendo prestado desde o início do ano e informou que já notificou a CVI exigindo a reposição da frota, aplicando medidas coercivas, caso necessário, previstas no contrato de concessão e no quadro legal aplicável.

Por outro lado, avançou que a equipa liderada pelo Ministério das Finanças vem trabalhado “afincadamente” para a conclusão, nos próximos dias, de um processo que inclui, de entre outros, a implementação de um novo modelo operacional e financeiro sustentável que garanta um serviço público de transporte marítimo “eficiente e regular”.

Desde Janeiro de 2023, o serviço de transporte marítimo entre as ilhas vem sendo prestado por apenas dois navios, Chiquinho na linha São Vicente- Santo Antão, e Dona Tututa na ligação entre as restantes ilhas.

Uma situação que suscitou, na sexta-feira, 24, críticas do bispo da Diocese do Mindelo, Dom Ildo Fortes, que chamou de “falta de consideração e respeito aos passageiros”, pedindo urgência na resolução dos problemas que afectam o sector.

O desabafo feito na sequência de uma viagem que efetuou no dia 22 de São Vicente para São Nicolau, informando que o destino que estava previsto para às 16:00 foi adiado para às 20:00, tendo os passageiros sido contactado, via SMS, para comparecer às 18:00 quando o barco só veio a sair às 2:30 de madrugada do dia seguinte.

As críticas ao sector dos transportes marítimos interilhas têm surgido dos cidadãos comuns e de várias personalidades, inclusive o Presidente da República, José Maria Neves, que teve de cancelar uma viagem para a ilha Brava devido à falta de barcos, já chamou a atenção do Governo para a necessidade de solucionar o problema. A Semana com Inforpress

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