Ministro da Agricultura defende reforço da cooperação para combate a pragas e doenças na agricultura
Gilberto Silva falava aos jornalistas no início da 6ª Reunião Anual da Organização Nacional de Protecção Vegetal – NPPO e parceiros da África Ocidental e do Sahel, organizada anualmente com objectivo de revisar e abordar as prioridades e discutir as principais questões fitossanitárias, comerciais de SPS, para desenvolver consenso entre os países sobre posições comuns para defender na Comissão de Medidas Fitossanitárias (CPM-17).
O ministro da Agricultura adiantou que esta reunião visa consensualizar políticas e estratégias à volta das posições para a reunião da comissão em matéria de segurança alimentar, precisamente sobre a protecção digital internacional, para o reforço no domínio fitossanitário que é “muito importante” para a produtividade agrícola e a segurança alimentar e nutricional do mundo.
“O que nós defendemos sempre é o reforço da cooperação, a troca de experiências, de conhecimentos para, não só, reforçar as políticas públicas preventivas, mas é fundamental ainda reforçar o controlo nas fronteiras para o conhecimento das pragas nos países vizinhos e, sobretudo, aquelas pragas que são mais propagadas com o fluxo comercial, com a mobilidade das pessoas e bens e também a questão do combate”, elucidou.
Para Gilberto Silva, as pragas e as doenças não conhecem fronteiras e é “fundamental” que se tenha uma harmonização nas políticas e na cooperação em matéria técnica e científica. Mas sublinhou ainda, que é preciso trabalhar no reforço em matéria do financiamento de programas comuns para que se consiga resolver as principais pragas.
Este governante lembrou igualmente que, a nível de Cabo Verde, no combate à praga da lagarta do cartucho do milho foram feitos avanços importantes, mas adiantou que existem outras pragas que ainda estão a trabalhar para combatê-las.
“Hoje produzimos inimigos naturais numa perspectiva da luta biológica, mas ainda temos a mosca da fruta e a praga dos mil pés que ainda estamos a trabalhar para travar. Por isso é importante prevenir, mas também é preciso que dominemos as melhores práticas e conhecimentos para o melhor combate às pragas e doenças”, disse Gilberto Silva.
Por outro lado, o ministro da Agricultura alertou ainda que há muita fragilidade à volta da agricultura, sobretudo no que tange à agricultura familiar, e acrescentou que este tipo de agricultura assegura 80 por cento (%) dos produtos no mundo e, portanto, o que se põe é como reforçar o acesso e adoptar as práticas com base nas soluções da natureza, para que a agricultura possa ser mais resiliente em matéria de prevenção e combate às pragas.
A task-force regional constituída pela Organização Nacional de Protecção Vegetal e parceiros foi criada em Agosto de 2017, em Ouagadougou, Burkina Faso, como uma estrutura de consulta para abordar questões fitossanitárias na região. Desde então, um plano de acção regional foi validado e implementado com o apoio da USDA, CEDEAO e FAO.
A Semana com Inforpress