Proprietários de veículos reivindicam posto fixo de inspeção ou alargamento do prazo da equipa móvel

Perante a informação de que a equipa ia deslocar-se à Brava para inspecção naquela ilha, desde quarta-feira dezenas ou mesmo centenas de viaturas particulares fazem longas filas para a inspecção e há quem tenha passado dois dias na fila e sem certeza de quando poderá realizar inspecção.

Um dos proprietários de viaturas, Manuel Mendes, que contactou a Inforpress para denunciar a situação, disse que as pessoas são favoráveis a inspecção dos veículos porque traz segurança para utentes nas estradas, mas que as pessoas são contra a forma e as condições como a mesma é feita, apontando que a fila desta manhã tem quase um quilómetro de extensão de carros aguardando para inspecção.

“Não é possível, numa ilha como Fogo, que tem veículos em número altíssimo e aumenta à volta de 100 viaturas por cada ano, a inspecção seja feita nestas condições”, desabafou Manuel Mendes, reivindicando “um posto fixo de inspecção ou que o posto móvel passe muito mais tempo na ilha”, porque não pode chegar para, em uma ou duas semanas, obrigar as pessoas a perderem um ou dois dias de trabalho para fazer inspecção.

Segundo o mesmo, a Direcção-Geral dos Transportes Rodoviários deve analisar a situação e criar um posto fixo ou estender o período de permanência do posto móvel para dois ou três meses, dando cobertura aos municípios da Região Fogo/Brava para que as pessoas possam fazer inspecção sem stress como em Santiago, S. Vicente ou Sal.

“As pessoas que colocaram as suas viaturas na fila hoje só fazem inspecção amanhã e os que estão a fazer inspecção hoje estão na fila desde ontem”, disse Manuel Mendes, indicando que desde a semana passada, quando a equipa chegou, há sempre filas, com 20 a 30 carros/dia para inspecção e contrariamente àquilo que as pessoas dizem de que os proprietários deixam para último dia para fazer inspecção não corresponde à realidade.

A opinião de Manuel Mendes é partilhada por Aguinaldo Centeio, proprietário de uma viatura que está na fila desde quarta-feira, aguardando a inspecção.

“Estou há dois dias na fila, mas como a equipa de inspecção ameaçou que amanhã, sexta-feira, vai para a ilha Brava todos estão no desespero a tentar, a todo o custo, fazer inspecção hoje o que é impossível de acontecer”, disse Aguinaldo Centeio, sublinhando que não é possível, em 14 dias fazer inspecção a uma média de quatro mil viaturas, entre as 08:00 horas às 18:00 horas com interrupção entre as 13:00 e as 15:00 horas.

Segundo o mesmo, a inspecção é feita com “muita rigorosidade” e leva quase uma hora para cada viatura, acrescentando que todos os proprietários estão de acordo e consciente da necessidade da inspecção, que é obrigatório, mas é necessário criar as condições.

“Nas condições em que é feita a inspecção é gozar com a população da ilha do Fogo porque tenho certeza que nas outras ilhas não é assim”, desabafou Aguinaldo Centeio, exigindo prazo maior para que todos possam fazer vistorias de acordo com a lei ou como acontece na Cidade da Praia, onde existe um centro permanente.

Este defendeu que se não há condições para ter um centro permanente que a equipa venha com um prazo suficiente para realizar inspecção, lembrando que às vezes precisam levar as viaturas para oficina porque as estradas da ilha não ajudam e as peças são compradas na Praia.

Não foi possível ouvir a versão da equipa de inspecção, mas uma fonte da delegação dos Transportes Rodoviários avançou à Inforpress que a equipa móvel não se deslocará à Brava esta sexta-feira, acrescentando que as pessoas deixam sempre para os últimos dias para a realização de inspecção.

A Semana com Inforpress

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