indicato da Polícia cogita greve caso Governo ignore as suas reivindicações

Mesmo assim, Cirilo Cidário, que falava hoje em conferência de imprensa, no Mindelo, assegurou que pretendem continuar com as negociações com o executivo, para verem resolvidas as “diversas queixas” da corporação na ilha a começar pelo excesso de carga horária “sem qualquer compensação”.

“Este é um problema nacional, os agentes não têm folga, o trabalho é feito de oito horas para um intervalo de 24 horas”, sublinhou a mesma fonte, que fez as denúncias à imprensa após uma reunião realizada na tarde de hoje, no Comando Regional da Polícia, com os filiados no sindicato.

No rol das reclamações, Cirilo Cidário apontou a questão do pessoal que trabalha no aeroporto “com horário de entrada, mas, sem hora de saída” e que, ajuntou, deve-se à falta de efectivos que todos os anos saem para a reforma, doença e outros factores e “nunca são repostos”.

“Se no início eram dez elementos, hoje o trabalho é feito por seis, que continuam a fazer o trabalho desses dez”, exemplificou, com a ideia de que “São Vicente tem sido esquecida neste capítulo de reposição de efectivos”.

O representante do Sinapol disse ainda que os agentes têm sido “obrigados” a trabalhar nos horários de folga para cobertura de eventos como Carnaval, festival e operação ´Stop´ e outros sem serem remunerados para tal.

Por outro lado, indicou Cirilo Cidário, a esquadra de Monte Sossego iniciou as actividades em 2005 com 23 elementos e hoje apenas 13 ali trabalham “fruto do desmembramento de efectivos”.

Outro dos pontos, conforme a mesma fonte, é o não cumprimento por parte do Governo da promessa de reajuste salarial desde 2019, feita somente para uma parte da corporação, estando a outra à espera da resolução.

Mais ainda, asseverou, há falta de progressão e promoção entre os chefes e sub-chefes “há vários anos”, quando “por esquemas, em 2020, foram promovidos somente os oficiais”, com a “desculpa que isto não fazia muita alteração no Orçamento do Estado”.

Devido a tudo isso, advogou, o sindicato exorta o Governo a resolver esses problemas o “mais urgente possível”, porque a classe está “cansada de trabalhar horas excessivas, de esperar pelo cumprimento do acordo, de não ser promovida e progredida no tempo certo, prejudicando assim as pessoas que chegam à reforma”.

Questionado pela Inforpress sobre quais as justificativas que têm sido dadas pelo executivo para a não substituição nos cargos, Cirilo Cidário assegurou que sempre têm recebido a resposta de “falta de efectivos”.

Entretanto, criticou, foi feita uma formação em 2020, mas, os contratados foram afectos ao Centro de Comando que “não tem dado grandes ´inputs’ às acções do dia-a-dia da corporação”.

O sindicalista acredita também que a formação finalizada recentemente, com 132 agentes, não vai cobrir a falta.

Daí, que, garantiu, vão continuar a denunciar, mas, caso persistir a situação, a greve poderá ser uma das vias de luta, dependendo do consentimento dos associados no Sinapol, que, conforme Cirilo Cidário, representa “mais de 80 por cento (%) dos elementos da Polícia”.

O Sinapol também hoje realizou uma conferência de imprensa idêntica, na Cidade da Praia, denunciando os mesmos problemas de sobrecarga horária e pendencias de promoções e progressões. A Semana com Inforpress

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