Receitas do Estado cabo-verdiano sobem quase 60% em janeiro
De acordo com dados do relatório síntese da execução orçamental de janeiro, compilados hoje pela Lusa, este desempenho resulta essencialmente do aumento da arrecadação de impostos (53,8% face ao mesmo mês de 2022) e nos donativos recebidos.
No documento do Ministério das Finanças, provisório, refere-se ainda que as despesas totais de janeiro aumentaram 10,3%, face ao executado um ano antes, para 4.138 milhões de escudos (37,5 milhões de euros).
O Estado de Cabo Verde arrecadou assim, em janeiro, 6,7% dos 64.238 milhões de escudos (582 milhões de euros) das receitas orçamentadas para todo o ano pelo Governo.
Nas receitas, o Imposto sobre o Rendimentos das Pessoas Singulares (IRPS) caiu 0,1% em janeiro, para 394 milhões de escudos (3,6 milhões de euros), enquanto o imposto sobre os lucros das empresas (IRPC) aumentou, também em termos homólogos, 41,4%, para quase 51,6 milhões de escudos (467 mil euros).
Nos impostos indiretos, o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) continua a recuperar das quedas provocadas pelas consequências da pandemia de covid-19 e da queda no turismo, tendo rendido no primeiro mês do ano mais de 1.579 milhões de escudos (14,3 milhões de euros), aumentando 56,3% face ao ano anterior.
As receitas do Estado cabo-verdiano já tinham crescido 17,5% em 2022, face ao ano anterior, para mais de 53.100 milhões de escudos (480 milhões de euros), sobretudo com o aumento dos impostos arrecadados.
De acordo com dados do relatório síntese da execução orçamental do ano, noticiadas anteriormente pela Lusa, este desempenho resultou do aumento na arrecadação de impostos (29,8% face a 2021) e das contribuições para a segurança social (4,1%).
No documento do Ministério das Finanças é referido ainda que as despesas totais de janeiro a dezembro aumentaram 5,4%, face ao executado nos 12 meses de 2021, para mais de 66.777 milhões de escudos (605 milhões de euros).
Cabo Verde recupera de uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística – setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago – desde março de 2020, devido às restrições impostas para controlar a pandemia de covid-19.
O país registou em 2020 uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, seguindo-se um crescimento económico de 7% em 2021, impulsionado pela retoma da procura turística no quarto trimestre.