Forças Armadas de Cabo Verde investigam acidente que matou oito militares

Em conferência de imprensa realizada ao final da tarde, na Praia, o CEMFA referiu que, quando transportava 31 militares para o apoio ao combate ao fogo na Serra da Malagueta, ilha de Santiago, “por razões ainda a ser apuradas” a viatura militar embateu e acabou por capotar, provocando a morte imediata a cinco operacionais. Dois militares acabariam por morrer na unidade de saúde do Tarrafal e um na unidade de Santiago Norte, além de 23 feridos, oito dos quais estão ainda internados no hospital da Praia.

António Duarte explicou que está “em curso” uma investigação para apurar “as circunstâncias em que se deu o acidente”, mas garantiu que o condutor, uma das vítimas mortais, era um militar “experiente” e que a viatura, entregue às Forças Armadas em 2021, estava “preparada para fazer a projeção” de forças no terreno.

Acrescentou que para o combate a este incêndio já tinham sido mobilizados 36 militares no sábado e que as conclusões à investigação a este acidente deverão ser conhecidas dentro de 15 a 20 dias.

O número de vítimas mortais devido ao acidente de viação ocorrido no domingo durante o incêndio na Serra da Malagueta subiu hoje para nove, com a morte de um técnico daquele parque natural. De acordo com fonte do Ministério da Agricultura e Ambiente de Cabo Verde, a nona vítima mortal é um técnico do Parque Natural da Serra da Malagueta, e o óbito resultou igualmente do acidente com um camião das Forças Armadas cabo-verdianas.

O gabinete do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Cabo Verde tinha referido inicialmente sete mortos no acidente com a viatura militar, que ocorreu pelas 17:20 (19:20 de domingo em Lisboa) e na qual seguiam os operacionais destacados para a missão de apoio ao combate aos incêndios que deflagraram na Serra Malagueta e Figueira das Naus, a cerca de 50 quilómetros a norte da cidade da Praia.

Entretanto, esse número foi atualizado para oito militares, além de vários feridos graves, além do técnico do Ministério do Ambiente.

O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, anunciou, ao início da noite de domingo, que o Governo “decidiu decretar dois dias de luto nacional em memória às vítimas” deste acidente, a partir de terça-feira.

De acordo com fonte do Serviço Nacional de Proteção Civil de Cabo Verde, o incêndio deflagrou no sábado, pelas 10:30 (12:30 em Lisboa), atingindo a Serra Malagueta, Figueira das Naus e Fundura.

Na tarde de domingo, as chamas, entretanto controladas, chegaram a ser combatidas por 200 operacionais de praticamente todas as corporações de bombeiros da ilha de Santiago, bem como por militares das Forças Armadas, apoiados por dois veículos pesados de combate a incêndios, quatro ligeiros de combate a incêndios e três ambulâncias.

O incêndio, obrigou à retirada de dez famílias da localidade de Figueira das Naus e provocou cinco vítimas ligeiras e uma em estado grave, todas transportadas para o hospital.

A Polícia Nacional anunciou entretanto a detenção de um homem suspeito de ter ateado este incêndio no interior daquela parque.

Também o Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, que se encontra em visita oficial aos Estados Unidos, manifestou “imensa consternação perante o incêndio que já consumiu uma área substancial do perímetro florestal da Serra da Malagueta, tendo originado ainda a perda de vidas humanas”.

“Entende o chefe de Estado que todo o país está perante uma enorme provação e uma profunda tristeza. O Presidente da República exprime as suas mais sentidas condolências às famílias das vítimas mortais, desejando que encontrem forças para fazer face a este momento de profunda perda e sofrimento no seio familiar”, indicou, num comunicado da Presidência da República.

“O chefe de Estado saúda os ingentes esforços que, desde muito cedo, vêm sendo consentidos em ordem a debelar este incêndio de proporções trágicas para a nossa realidade, bem como apela ao sentido de união de toda a nação para a solidariedade que se impõe”, acrescentou. A Semana com Lusa

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