Cabo-verdiana TACV chama acionistas para aprovar plano de negócios até 2027

Segundo a convocatória para esta assembleia-geral extraordinária, a administração da Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), detida em 90% pelo Estado cabo-verdiano e o restante por emigrantes, além da “apreciação e deliberação” sobre o plano de negócios 2023-2027, será discutido e votado o relatório e contas de 2020 e a proposta de aplicação de resultados, entre outros assuntos.

A TACV retomou as operações, após a suspensão de todas a atividade em março de 2020 devido à pandemia de covid-19 e renacionalização no ano seguinte, inicialmente com voos apenas entre Praia e Lisboa, desde o final de dezembro de 2021. Com apenas uma aeronave, os voos foram alargados já em 2022 das ilhas de São Vicente e do Sal para a capital portuguesa.

A companhia anunciou em 07 de abril que vai contar com uma segunda aeronave na frota, um Boeing 737-8 MAX, possibilitando aos clientes a escolha do seu nome oficial.

“A Cabo Verde Airlines [nome comercial da TACV] quer, mais uma vez, dar voz aos seus clientes, e por isso estamos a lançar uma campanha de votação pública para escolher o nome do nosso mais novo Boeing 737-8 MAX”, anunciou.

Entre os nomes “sugeridos” pelos colaboradores, a Cabo Verde Airlines refere que “três destacaram-se” e estão em votação pública através das redes sociais da companhia até esta semana: “Cidade Velha”, localidade classificada Património da Humanidade, “Morabeza”, numa alusão ao acolhimento cabo-verdiano, e “Esperança”.

A companhia não adiantou informação sobre a previsão de chegada do novo avião ou sobre a sua origem.

O ministro dos Transportes e do Turismo cabo-verdiano afirmou em novembro que, desde a retoma, a companhia aérea TACV já transportou - até então - 28.000 passageiros e que decorriam negociações para alugar uma segunda aeronave para fazer ligação a Boston.

“A operação para Boston e a operação para o Brasil faz parte do plano da TACV para os próximos tempos. Nós estamos a fazer um esforço enorme (…), o Governo tem estado a dar um apoio e a injetar dinheiro na companhia para poder ligar a companhia com a diáspora, para poder trazer e fomentar cada vez mais esta interligação com a diáspora, no meio de toda esta turbulência”, afirmou o ministro Carlos Santos, ao responder a perguntas dos deputados, no parlamento.

O governante acrescentou que a TACV estava a negociar com empresas de ’leasing’ do setor o fornecimento de uma segunda aeronave, para acrescentar ao Boeing 737-700 alugado desde março de 2022 pela companhia de bandeira cabo-verdiana à congénere angolana TAAG e que assegura as ligações de Cabo Verde a Portugal.

Essa segunda aeronave, esclareceu, permitirá retomar as ligações com Boston, nos Estados Unidos da América, onde reside a maior comunidade cabo-verdiana na diáspora, mas também com o Brasil e França.

“Esperemos que o mais brevemente possível consigamos ter esta segunda aeronave para que possamos cumprir esse desiderato que é ligar a diáspora com Cabo Verde. E é com essa visão que o Governo está a apostar na TACV para conseguirmos ter uma companhia que possa impedir o monopólio das linhas internacionais”, afirmou.

“Vejam que neste pouco tempo a TACV já conseguiu transportar 28.000 passageiros. Significa que são 28.000 emigrantes cabo-verdianos, residentes e turistas que vieram a Cabo Verde a preços módicos de cerca de 500 euros. Isto é obra, isto significa que estamos a cumprir com afinco e com a visão de ter a nossa diáspora ligada a nós”, sublinhou ainda.

Em março de 2019, o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da TACV por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF (grupo Icelandair, que ficou com 36% da Cabo Verde Airlines – nome comercial da companhia) e em 30% por empresários islandeses com experiência no setor da aviação (que assumiram os restantes 15% da quota de 51% privatizada).

O Estado cabo-verdiano, que renacionalizou a companhia em julho de 2021 devido à pandemia de covid-19, vai injetar anualmente mil milhões de escudos (9,1 milhões de euros) na TACV, para garantir a estabilidade e recuperação da companhia aérea, antes de a reprivatizar em 2024, anunciou em setembro o ministro Carlos Santos.

“Até 2024, é a nossa previsão para estabilizar a companhia, ter a companhia apetecível para poder ser privatizada”, anunciou o ministro Carlos Santos, confirmando que nas contas do Governo está prevista uma injeção global de 3.000 milhões de escudos (27,3 milhões de euros), em três anos, incluindo 2022.
A Semana com Lusa

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