Cabo Verde pede ajuda externa em investigação a acidente que matou oito militares
“Com esta peritagem técnica pretende-se garantir a imparcialidade, autenticidade e demais requisitos intrínsecos a qualquer investigação, sobretudo quando há perdas de vidas humanas”, avançou a instituição castrense cabo-verdiana, sem revelar, porém, a entidade ou o país a quem solicitou ajuda na investigação.
Em causa está o incêndio que deflagrou em 01 de abril, na Serra Malagueta e Figueira das Naus, ilha de Santiago, 50 quilómetros a norte da Praia, cuja coordenação ao combate foi assumida pela Proteção Civil de Cabo Verde com apoio no terreno de militares e bombeiros.
No dia seguinte, uma viatura das Forças Armadas de Cabo Verde despistou-se quando seguida para o local, num acidente que provocou a morte a oito militares, tendo ainda morrido nestas operações um técnico daquele parque.
Na altura, as Forças Armadas iniciaram uma investigação para apurar as causas e os fatores contributivos que possam ter estado na origem do acidente, avançando que o mesmo está em “fase avançada”.
A ajuda de entidades externas, nomeadamente no que concerne à peritagem técnica, versa sobre o estado operacional da viatura, bem como a reconstituição do acidente.
Dos 23 feridos do acidente, a instituição informou que 21 já tiveram alta hospitalar, sendo que nove estão na Policlínica Militar sob acompanhamento médico e reabilitação e dois permanecem internados no Hospital Universitário Agostinho Neto, com quadro clínico favorável.
O incêndio, que gerou grande debate na sociedade cabo-verdiana, destruiu quase 850 hectares de terreno rural e florestal, segundo o levantamento feito pelo investigador Nuno de Santos Loureiro, diretor do mestrado em Sistemas de Informação Geográfica da Universidade do Algarve, e provocou “perdas irreparáveis” em espaço rural e florestal que se estendeu pelos concelhos de Santa Catarina e Tarrafal.
De acordo com o levantamento, com recurso a imagens de satélite do programa europeu Copernicus antes e depois do incêndio, foram destruídos 846,8 hectares, área que corresponde a 0,85% da totalidade da ilha de Santiago. A Semana com Lusa