Homenagem poética e musical a Amílcar Cabral no instituto de Lisboa onde se licenciou
A antiga universidade de Cabral volta, assim, a receber o líder africano, desta vez interpretado por Manuel Estevão.
Da parte musical, a voz é de Sofia Carvalho, que será acompanhada pelos músicos Armando Tito, Abílio Lima, Lopes Blimundo, João Paulo Santos e Nando Andrade.
O evento, que visa “homenagear a entrega de Cabral a um ideal por um mundo melhor”, segundo a organização (Produções Memória), recorre a músicas relacionadas com a luta do líder africano e tem na base alguns dos seus textos.
A passagem de Amílcar Cabral pelo ISA está registada em várias obras que estão disponíveis para consulta, as quais revelam a importância da terra na formação do líder africano.
Por esta razão, o ISA recebeu, no passado dia 12 de janeiro, a visita de uma comitiva guineense em representação de um “Grupo de Iniciativa”, no quadro da organização das comemorações do centenário do nascimento de Amílcar Cabral, que se assinala no próximo ano.
Para Cabral, assassinado em 20 de janeiro de 1973, com 49 anos, “defender a terra é defender o homem”. E foram estas as palavras que escreveu no relatório final do curso de engenheiro agrónomo, intitulado "O problema da erosão do solo. Contribuição para o seu estudo na região de Cuba (Alentejo)", datado de 1951.
A obra faz parte do repositório do ISA e pode ser consultada. De capa rija e bordeaux, letras douradas e fita de cetim, o relatório é dedicado “aos jornaleiros do Alentejo, trabalhadores da terra dos latifúndios, homens de vida incerta que a erosão ameaça”.
Amílcar Cabral, que concluiu a licenciatura com 15 valores, uma das mais altas classificações no ISA na altura, foi bolseiro da Casa dos Estudantes do Império e, em 1948/49, venceu o Prémio Mello Geraldes atribuído ao aluno mais classificado na disciplina de Tecnologia Colonial.