Museus de Cabo Verde com pouca procura por parte dos nacionais – IPC

A directora dos Museus no Instituto do Património Cultural (IPC) disse esta quarta-feira que o número de visitantes nacionais nos museus continua reduzido, pelo que a aposta é continuar a trabalhar na dinamização dos mesmos e atrair mais cabo-verdianos.

Aleida Aguiar falava à Inforpress, na cidade da Praia, no âmbito do Dia Internacional do Museus que se assinala anualmente a 18 de Maio, tendo ressalvado que 2019 foi o ano em que se registou um maior número de visitantes, quase 30 mil, mas com a pandemia da covid-19 as visitas sofreram uma queda de 80%.


Entretanto, no quadro dos Museus de Cabo Verde, fez saber que tem se trabalhado para tornar os museus “mais interativos, dinâmicos e modernos”.


“Temos feito um leque de actividades que nos permitiu, de certa forma, recuperar esta queda observada durante a pandemia. Em 2021, de forma muito tímida, conseguimos aumentar, mas em 2022 tivemos um aumento exponencial, por volta de 24 mil visitantes, estamos a falar de 10 estruturas tuteladas pelo Ministério da Cultura”, salientou.


O Campo de Concentração do Tarrafal continua a ser o museu mais visitado em 2022 com quase 10 mil visitantes e a maioria dos visitantes continua a ser os turistas seniores, inseridos dentro do contexto dos cruzeiros, seguido do Museu Etnográfico na Praia.


“Após a época de cruzeiro temos tido uma redução drástica das visitas em que há uma grande aposta nos nacionais, que continuam a ser o menor número de visitas aos museus. Os estudantes é que ainda conseguem aumentar o número dos nacionais devido aos trabalhos desenvolvidos junto das escolas”, ressaltou Aleida Aguiar.


Mas ainda assim, este número continua reduzido pelo que a pretensão do IPC é trabalhar para melhorar neste aspecto com sensibilização não só nas escolas, mas a nível das comunidades, para que os museus passem a ser integrados nos eventos culturais e sociais.


Instada se é notável o “desinteresse” pelos museus por parte dos nacionais, a directora respondeu que há uma “falta de cultura” que hoje está sendo trabalhada e incutida nos cabo-verdianos.


“Não sei se é desinteresse ou falta de cultura. Por exemplo, hoje em dia já temos uma cultura de visitar os museus, mas antigamente não havia esse contacto com os museus, daí não falamos de desinteresse, mas sim de não conhecer. E hoje temos uma disciplina nas escolas, a Cultura Cabo-verdiana, que engloba visita ao Museu Etnográfico, já é uma forma de estar inserido dentro do plano de educação e é mais fácil (…)”, enfatizou.



Inforpress


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