Produção na construção civil em Cabo Verde diminuiu 3,8% no primeiro trimestre
Segundo os resultados do índice de produção, a redução de janeiro e março deveu-se a contribuições negativas dos materiais de revestimento (-27,1%), materiais de instalação e canalização sanitária (-7,9%) e de base (-4,8%).
“Os materiais de base foram os que mais contribuíram na variação (negativa) global do índice de produção na construção civil, em decorrência do seu peso na construção civil”, constatou o INE.
Quando comparado com o último trimestre de 2022, a redução no primeiro trimestre de 2023 foi de 7,9%, traduzindo uma diminuição de 6 pontos percentuais.
“Importa destacar que neste período, outros materiais de construção (53%) e materiais de eletricidade (19,7%) tiveram um crescimento superior ao índice em relação ao trimestre anterior”, realçou o instituto cabo-verdiano.
E frisou que a queda do índice nos primeiros três meses do ano foi condicionada principalmente pela diminuição dos materiais de instalação e canalização sanitária (-2,9%), materiais de pintura (-7,4%), materiais de base (-7,7%), materiais de revestimento (-14,2%) e materiais de esquadria (-19,3%).
“Entretanto, importa realçar que a queda dos materiais de base fundamenta-se pela diminuição das vendas de areia (11%), cimento (15,1%) e ‘tout-venant’ [material de mina ou pedreira] (29,2%), considerando o peso dos materiais de base no índice”, lê-se no documento do INE.
Cabo Verde recupera de uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago - desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19.
Em 2020, registou uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, seguindo-se um crescimento de 7% em 2021 impulsionado pela retoma da procura turística.
Para 2022, devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, nomeadamente a escalada de preços, o Governo cabo-verdiano baixou em junho a previsão de crescimento de 6% para 4%, que, depois voltou a rever, mas em alta, acima de 8% e já em dezembro para 10 a 15%. A Semana com Lusa