Cabo Verde Airlines diz que leilão de faixas horárias em Lisboa é ilegal
“No âmbito da notícia veiculada na imprensa sobre leilão de faixas horárias da Cabo Verde Airlines, a companhia informa que este procedimento, leilão ou venda de ‘slots’, não existe em Portugal nem em qualquer outro país da União Europeia. Por outro lado, o ato concreto é ilegal e já está sendo tratado nas instâncias próprias”, esclareceu a Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), em comunicado.
“A Cabo Verde Airlines [nome comercial da empresa] informa que o ato em si não põe em causa as operações da companhia de e para Portugal, pelo que não suscita preocupação a nível comercial e operacional”, completou a empresa.
O esclarecimento surge no mesmo dia em que a imprensa portuguesa e cabo-verdiana dão conta da penhora da faixa horária aeroportuária concedida à TACV em Lisboa, devido a uma dívida acumulada pela companhia cabo-verdiana.
A TACV suspendeu os voos comerciais em março de 2020, devido às restrições nos voos para conter a pandemia de covid-19 e só retomou a operação, já de novo nas mãos do Estado cabo-verdiano, em dezembro de 2021, ao fim de 21 meses, com ligações entre a Praia e Lisboa, alargadas em 2022 da capital portuguesa também às ilhas do Sal e de São Vicente.
Em 17 de maio, a presidente da companhia estatal cabo-verdiana, Sara Pires, previu a retoma dos voos para Bissau, 10 anos depois, e voos no Inverno para Boston (EUA) e Brasil.
“Neste momento, a Cabo Verde Airlines tem voos de e para Lisboa. Nós, a partir do mês de julho, estaremos a introduzir os voos para Paris e a partir do ‘Inverno IATA’ introduzir os voos para Boston e para o Brasil”, avançou.
A TACV vai operar a partir de julho com um Boeing 737-8 MAX, para acrescentar ao Boeing 737-700 alugado desde março de 2022 pela companhia de bandeira cabo-verdiana à congénere angolana TAAG, que tem assegurado desde então as ligações de Cabo Verde a Portugal.