Cidade Velha Património da Humanidade vislumbra “uma grande transformação” até 2026
A Cidade Velha, Património da Humanidade, passará por “uma grande transformação” até 2026, com a implementação de projectos voltados para a melhoria das condições de vida da população local e o impulsionamento turístico.
A garantia foi dada pela presidente do Instituto do Património Cultural (IPC), Ana Samira Baessa, em entrevista à Inforpress no âmbito do XIV aniversário da classificação da Cidade Velha Património da Humanidade, pela UNESCO, que se assinala hoje.
Durante estes 14 anos, sublinhou aquela responsável, Cidade Velha assistiu a inúmeros ganhos, uma vez que estar na lista da Unesco cria e abre possibilidades para novos projectos e programas de gestão que beneficiam, principalmente, a população local.
De entre essas possibilidades, Baessa destaca-se o trabalho de reabilitação e reconversão dos monumentos históricos que estavam em estado de abandono ou deterioração. Houve um aumento significativo na sensibilização, resultando uma maior visibilidade da Cidade Velha, maior dinâmica em empreendimentos e maior conscientização da comunidade residente sobre o valor e potencialidades da urbe.
Contudo, a inclusão na lista não trouxe apenas benefícios. Há também todo o desafio de gerir um sítio património mundial com uma dinâmica própria, com uma população local com as suas necessidades e aspirações. A questão é como conciliar esses aspectos com as restrições impostas pela inclusão na lista.
“A classificação como Património Mundial coloca a lista de restrições a nível da gestão do património, da gestão participativa e do envolvimento de todos os parceiros e instituições que devem participar activamente na gestão do sítio e comunidade deverá ser uma voz activa”, disse a presidente do IPC.
Segundo Ana Samira Baessa, “também existem as restrições que colocam alguma fricção entre a população e as autoridades que tem a ver com a conservação da autenticidade e da integridade deste sítio enquanto valores que ditaram a sua classificação como Património Mundial”, salientou.
As questões urbanísticas e construções clandestinas, ressalvou, são as principais fontes de conflito, visto que envolvem propriedades privadas e as expectativas das pessoas em expandir suas construções, e por vezes, não compreendem que Cidade Velha já é um sítio consolidado.