Imigrantes em Cabo Verde enviam cada vez menos remessas para os países de origem
De acordo com dados preliminares do mais recente relatório estatístico do Banco de Cabo Verde (BCV), a que a Lusa teve esta sexta feira acesso, de janeiro a março deste ano os imigrantes no arquipélago, sobretudo trabalhadores nos setores do turismo e da construção civil, enviaram pouco mais de 615 milhões de escudos (5,6 milhões de euros) em remessas.
Trata-se de uma quebra de 3,1%, tendo em conta os 635 milhões de escudos (5,7 milhões de euros) em remessas enviados por estes imigrantes para os países de origem no primeiro trimestre de 2022.
Já em todo o ano de 2022 essas remessas tinham caído 3,1%, para 2.492 milhões de escudos (22,5 milhões de euros), o que se somou a outra descida, de 8,5%, de 2020 para 2021. Em 2020, os imigrantes em Cabo Verde enviaram um total superior a 2.811 milhões de escudos (25,5 milhões de euros) em remessas para os países de origem, segundo o histórico do BCV.
Os imigrantes portugueses em Cabo Verde continuam a liderar no envio dessas remessas, com 277,4 milhões de escudos (2,5 milhões de euros) nos primeiros três meses de 2023. Entre as duas comunidades estrangeiras mais numerosas no arquipélago, a do Senegal enviou 56,8 milhões de escudos (514 milhões de euros) e a da Guiné-Bissau 26,9 milhões de escudos (243 mil euros).
As remessas enviadas pelos norte-americanos para os Estados Unidos atingiram nos primeiros três meses do ano os 42 milhões de escudos (380 mil euros).
Segundo dados da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, a comunidade portuguesa em Cabo Verde desenvolve atividades nas áreas do comércio, incluindo a distribuição alimentar e de bebidas, na hotelaria e restauração, na construção civil e metálica, entre outros.
Cabo Verde recupera de uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago - desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19.
A Semana com Lusa
