5 de Julho: PR preocupado com incivilidades, insegurança e falta da cultura de responsabilidade

Ao faltar do crescimento material, quando nos abeiramos de cinco décadas da independência, o PR considerou que é o contraponto aos cinco séculos anteriores, bastante penosos, e que levaram a muitos prognósticos sombrios, quanto ao futuro do jovem país. Mas destacou que com o destino nas suas próprias mãos, com a garra que o caracteriza, e a vontade férrea de vencer desafios, o caboverdiano conseguiu mudar as ensombradas estatísticas de até então, como estes dados demonstram de forma inquestionável: «O PIB per capita cresceu de 272,2 dólares americanos, em 1976, para 3.122 dólares americanos, em 2021, e a pobreza nacional baixou de 49,0%, em 1989/1990, para 28,1%, em 2022. Viu reduzida a taxa de analfabetismo dos 63,0%, em 1975, para 11,1%, em 2021. A esperança de vida aumentou de 63 anos, em 1975, para 77 anos, em 2021. A mortalidade infantil caiu de 109 por mil nascimentos, em 1975, para 10 por mil nascimentos, em 2022».

Observou que o retrato de hoje é radical e indiscutivelmente diferente do de 1975, com ganhos evidentes. «Cabo Verde é um país de rendimento médio/baixo e que ambiciona alcançar patamares mais elevados. Instauramos um Estado de Direito Democrático e implantamos um Poder Local que funciona. Estabelecemos sólidas parcerias com a União Europeia. No essencial, cumprimos os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio e, apesar dos contratempos recentes, nomeadamente, a pandemia, acredito que será possível atingirmos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030», enumerou.

Alerta sobre pobreza e incivilidades com insegurança

Apesar das conquistas inegáveis referidas com o crescimento material alcançado, o Presidente da República alertou para o quadro social alarmante que vive neste momento em Cabo Verde. Defendeu que para que esta crescimento seja mais inclusivo e durável, terá que ter, como simetria, um forte crescimento espiritual.«Neste sentido, é motivo de preocupação, o facto de, nos últimos anos, terem aumentado a taxa de pobreza extrema, a insegurança alimentar nas suas diversas vertentes e a desigualdade social. Igualmente, é particularmente inquietante a constatação de que 51.654 jovens, entre os 15 e 35 anos, estejam tanto sem emprego como fora do sistema de ensino ou formação, representando 29,2% do total dos jovens nesta faixa etária. Isso constitui motivo de elevada preocupação, devendo merecer toda a atenção possível de todos os órgãos de soberania, a começar por esta Câmara dos Representantes do Povo, das autoridades competentes e da sociedade civil, sob pena de consequências futuras eventualmente nefastas».

Para o mais alto magistrado da Nação, os 48 anos de independência e os 32 anos de democracia exigem um outro patamar de desenvolvimento espiritual. Sublinhou que, deste ponto de vista, o deficit é enorme, pelo que temos ainda de encetar um forte crescimento, como uma questão cultural e de mentalidade. «Necessitamos de outros hábitos mentais, outros costumes, não sendo, pois, apenas uma mudança na lei».

O PR mostrou-se, por outro lado, preocupado com a questão de incivilidades que se vive atualmente em Cabo Verde. «A questão de incivilidades preocupa. A destruição do património público é uma realidade que a todos envergonha. O desrespeito pelo que é comum a todos, verifica-se tanto a nível material como espiritual. As pessoas mais velhas, os professores, os vizinhos, os colegas de escola e de trabalho, os outros, afinal, nem sempre têm sido alvo do devido respeito», salientou.

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