Cabo Verde precisa melhorar capacidade de lidar com eventos químicos, radiológicos e catástrofes

Domingos Teixeira falava à Inforpress a propósito do workshop multissectorial de elaboração do relatório anual das capacidades essenciais da implementação do Regulamento Sanitário Internacional (RSI) realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), na Delegacia de Saúde de São Vicente.

Conforme explicou, anualmente, todos os países considerados estados-partes da OMS elaboram o Relatório Anual de Avaliação do Regulamento Sanitário que consiste em verificar como o país está a responder às principais capacidades para responder a eventos de saúde pública.

Essas capacidades são de diferentes domínios e são analisadas num contexto multissectorial e na abordagem de uma só saúde.

Ou seja, clarificou, são capacidades de todos os aspectos e que abarcam todos os sectores como saúde humana, saúde animal, ambiente, portos de entrada e protecção civil, entre outros.

Segundo o responsável, em relação às capacidades de natureza radiológica e químicas, Cabo Verde tem pontuações mais baixas porque nunca sofreu algo neste contexto e por isso se preparou. 

Mas, considerou, há eventos de natureza químicos que precisam de ter planos de contingência.  

“Nós não temos essas grandes indústrias dessa natureza. Nós não produzimos energia de fontes nucleares. Portanto, nós temos que estar preparados porque hoje em dia somos um país aberto e qualquer produto químico ou radiológico pode entrar”, explicou a mesma fonte para quem o país deve preparar-se também para lidar com catástrofes.

“Somos um país com vulcões activos, nós temos deslizamentos de terra, risco de deslizamento de terra, temos chuvas, mudanças climáticas e podem surgir eventos de natureza que precisamos estar preparados para responder”, argumentou.

No entanto, o director do Serviço de Vigilância Integrada e Resposta às Epidemias do Ministério da Saúde destacou como positivo a capacidade do país em lidar com a saúde humana.

“Estamos a falar da abordagem uma só saúde, saúde humana, animal e ambiente”, vincou, lembrando que na saúde humana Cabo Verde “está bem mais preparada”, porque vem uma “grande pandemia” [covid-19] e agora também “com uma nova epidemia” [dengue].

“Tudo isso faz com que o país se prepare em termos de recursos humanos e equipamentos para responder”, finalizou.

Participam no workshop   cerca de 20 pessoas representantes das áreas da Protecção Civil, Instituto Marítimo e Portuário (IMP), saúde humana, saúde animal, Ambiente, fronteiras aéreas e marítimas, como portos e aeroportos, Entidade Reguladora Independente da Saúde (ERIS) e pontos focais do Regulamento Sanitário de Cabo Verde.

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