Cabo Verde reforça combate ao crime com formação em investigação digital e policiamento de proximidade

Com esta capacitação, teremos uma Polícia Judiciária mais preparada em áreas como o Laboratório Forense, a Forência Digital e o Policiamento de Proximidade”, afirmou.

O responsável da PJ sublinhou que o policiamento de proximidade tem vindo a ser desenvolvido com enfoque em equipas conjuntas de investigação para lidar com crimes complexos, envolvendo instituições como o Ministério Público, a Polícia Nacional e a própria PJ.

A formação conta com o apoio da Polícia de Roterdão (Países Baixos), referenciada como entidade parceira de longa data que tem contribuído, segundo Manuel da Lomba, “não só com formações, mas também com a resolução de casos concretos em cooperação internacional”.

O dirigente revelou que esta é já a terceira acção formativa promovida pela Polícia de Roterdão em Cabo Verde, destacando ainda a colaboração no processo que resultou na detenção de um cidadão holandês em solo europeu, após a prática de um crime em território cabo-verdiano.

Também o procurador da República, Luís José Tavares Landim, considerou a formação de “grande relevância”, sobretudo face ao recrudescimento da criminalidade urbana em bairros da cidade da Praia e, mais recentemente, em São Vicente.

“Estamos a criar equipas especiais, como fizemos em 2021, para responder, com urgência, a essa realidade, com magistrados, PJ e outras entidades, e já começámos com a recolha de dados, identificação de delinquentes e aplicação de medidas processuais”, adiantou.

O procurador reconheceu ainda o papel da população na prevenção e combate ao crime.

“A colaboração da comunidade é fundamental, mesmo que de forma anónima, para que possamos garantir a segurança do país”, sublinhou, reforçando a confiança nas acções já em curso.

Por sua vez, a coordenadora nacional da ONUDC, Kylly de Pina, destacou a importância do reforço das capacidades laboratoriais e forenses da PJ, sobretudo no contexto da crescente circulação de drogas sintéticas.

“A Polícia Judiciária já dispõe de equipamentos para análises toxicológicas, mas é necessário reforçar essas capacidades para uma resposta mais eficaz”, sublinhou.

O actual ciclo de formação, iniciado em 2023 e com duração prevista até 2027, sucede aos programas anteriores realizados entre 2012–2014 e 2017–2019, e inclui três fases simultâneas de capacitação para os diferentes actores do sistema de justiça criminal.

Esta cooperação internacional, com mais de uma década de existência, não só visa reforçar a resposta interna ao crime, como também estreita os laços com a diáspora cabo-verdiana em Roterdão e promove o intercâmbio de boas práticas com forças policiais de referência.

Esta formação é destinada aos magistrados do Ministério Público, agentes da Polícia Nacional e investigadores da Polícia Judiciária e enquadra-se no âmbito de uma cooperação entre o Governo, Nações Unidas sobre Drogas e Crime (ONUDC) e Polícia de Roterdão.

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