Detidos seis suspeitos do ataque contra manifestantes em Hong Kong
Os seis detidos, com idades entre os 24 e os 54 anos, foram acusados de
reunião ilegal e alguns têm ligações a `gangues` mafiosos na área de
Yuen Long, de acordo com a imprensa local.
ataque de domingo na estação de metro causou 45 feridos, um dos quais em estado grave.
Em conferência de imprensa, no final da segunda-feira, o superintendente
de polícia Chan Tin-chu indicou que as autoridades identificaram os
suspeitos através de câmaras de vigilância e de várias partilhas de
vídeos nas redes sociais.
Chan Tin-chu advertiu que as detenções não vão ficar por aqui.
As detenções ocorrem no meio de uma onda de críticas às forças de
segurança de Hong Kong, por terem respondido demasiado tarde aos pedidos
de ajuda das vítimas durante os ataques à estação de metro Yuen Long.
Pouco antes da meia-noite do domingo, dezenas de homens vestidos de
branco e armados com paus e barras de metal atacaram várias pessoas na
estação Yuen Long, especialmente aqueles vestidos de preto, a cor
escolhida pelos manifestantes pró-democracia, que regressavam a casa
após mais um protesto.
Chan indicou que a polícia "nunca permitiria qualquer ato violento", e a
chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, sublinhou na
segunda-feira, em conferência de imprensa, que "a violência só gera mais
violência".
A antiga colónia britânica é, há quase dois meses, palco de manifestações maciças contra as emendas à lei de extradição.
Apresentadas em fevereiro, as alterações permitiriam ao Governo e aos
tribunais da região administrativa especial chinesa a extradição de
suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso
da China continental.
Os defensores da lei argumentam que, caso se mantenha a impossibilidade
de extraditar suspeitos de crimes para países como a China, tal poderá
transformar Hong Kong num "refúgio para criminosos internacionais".
Já os manifestantes dizem temer que Hong Kong fique à mercê do sistema
judicial chinês como qualquer outra cidade da China continental e de uma
justiça politizada que não garanta a salvaguarda dos direitos humanos.
A transferência de Hong Kong e Macau para a República Popular da China,
em 1997 e 1999, respetivamente, decorreu sob o princípio "um país, dois
sistemas", precisamente o que os opositores às alterações da lei
garantem estar agora em causa.
Para as duas regiões administrativas especiais da China foi acordado um
período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo,
legislativo e judiciário, sendo o Governo central chinês responsável
pelas relações externas e defesa.