China afirma que não renunciará à força para reunificar Taiwan

Num livro branco sobre a Defesa nacional, o Governo de Pequim apontou como prioridade conter a independência de Taiwan e combater o que considera "forças separatistas" no Tibete e na região do extremo oeste de Xinjiang.

O documento, que é um esboço da política de defesa nacional da China, destacou a abordagem "defensiva" do país, mas promete "certamente contra-atacar em caso de ataque".

O porta-voz do ministério da Defesa, Wu Qian, afirmou que a ameaça do separatismo de Taiwan está a aumentar e alertou que aqueles que procuram a independência de Taiwan vão entrar num beco sem saída.

"Se alguém ousa separar Taiwan da China, o exército chinês certamente lutará, defendendo resolutamente a soberania e a integridade territorial do país", disse.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana.

Desde o XIX Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), que decorreu em outubro de 2017, que as incursões de aviões militares chineses no espaço aéreo taiwanês se intensificaram, levando analistas a considerarem como cada vez mais provável que a China invada Taiwan.

Os EUA continuam a fornecer armas a Taiwan, apesar das condenações de Pequim.

Embora Washington não tenha laços diplomáticos formais com Taipé, a lei norte-americana determina que forneça a Taiwan equipamentos e serviços de defesa suficientes para autodefesa.

No início deste mês, os EUA aprovaram provisoriamente a venda de 2,2 mil milhões de dólares de armamento a Taiwan, incluindo tanques e mísseis de defesa anti-aérea.

Pequim ameaçou com sanções contra as empresas norte-americanas envolvidas, enquanto o ministério da Defesa de Taiwan afirmou que fez o pedido face à crescente ameaça militar da China.

O livro branco referiu ainda o reforço da presença militar dos EUA, Japão e Austrália e das suas alianças na região Ásia-Pacífico, apontando que destabilizam a região.

A instalação pelos EUA de um sistema de defesa antimísseis na Coreia do Sul prejudicou gravemente o equilíbrio estratégico regional, apontou o relatório.

O mesmo documento condenou ainda a reinterpretação do Japão da sua Constituição pós-Segunda Guerra Mundial para permitir que os seus militares operem mais longe da sua costa.

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