Ilha do Sal: Grupo de moradores de Alto de Santa Cruz revoltado com intimação de demolição de suas barracas
A justificação, conforme notificação a que a Inforpress teve acesso, prende-se com a necessidade de dar seguimento às obras de requalificação da segunda fase da infraestruturação do Bairro de Alto Santa Cruz, cujos trabalhos passam pela área onde estas pessoas encontram-se instaladas.
Porém os moradores recusam-se a sair das suas barracas, alegadamente por não terem para onde ir, considerando a atitude “perversa, e contra o que foi prometido”.
Consta que no mês de Maio passado, estes mesmos moradores já teriam sido notificados, com um prazo de 20 dias para efectuarem a desocupação e a demolição das casas de lata, o que não aconteceu.
Segundo a mesma fonte, há alguns dias voltaram a ser notificados, mostrando-se, entretanto renitentes no sentido de acatar a ordenação, já que, conforme contestam, “não foi esta”, a proposta apresentada inicialmente.
Segundo a notificação judicial avulsa, caso os moradores não procedam à desocupação voluntária, e à reposição do terreno ocupado ilegalmente, o município fará a demolição coerciva, uma vez que essas barracas “estão a impedir” a realização dos trabalhos da segunda fase de Infraestruturação do bairro.
“Não compreendemos e lamentamos esta posição, já que estamos cadastrados, e para surpresa recebemos esta notificação”, exterioriza Alexandre Besna, um dos moradores da zona, apreensivo já que, conforme disse, não tem para onde ir.
Perante a situação, o vereador Hermínio Monteiro disse não restar outra saída, já que o processo de construção das moradias destinadas a 150 famílias na primeira fase está atrasado, assegurando, todavia, que a autarquia vai apoiar as famílias desalojadas com três meses de renda de casa.
Segundo ainda a Inforpress, as obras de requalificação e reabilitação das zonas de Alto São João e Alto Santa Cruz foram lançadas em Maio do ano passado, contando a primeira fase beneficiar 150 das 657 famílias, às quais serão disponibilizadas lotes para construção das suas moradias.
A infraestruturação, basicamente, resume-se aos arruamentos, às redes técnicas de água e eletricidade e o loteamento, com as famílias identificadas pelo cadastro social.