Entre o sucesso na educação e saúde e o fraco desenvolvimento económico em Cabo Verde
Quando Cabo Verde se tornou uma nação politicamente independente em 1975, constava entre os países mais pobres do planeta. Hoje, de acordo com o banco mundial, a média do rendimento per capita (por cada cabo-verdiano) em termos nominais anuais é de 3.654 dólares americanos, correspondente a 364,553.97 escudos anuais, e no que concerne à paridade do poder de compra ou seja, a média do poder de compra de cada cabo-verdiano, em termos anuais em relação ao seu rendimento anual, é de 7330 dólares ou 731,251.82 escudos apor ano.
No que tange aos setores da saúde e da educação, o país melhorou consideravelmente os seus indicadores, e hoje está entre os melhores do continente africano. De facto, de acordo com o site do Banco Mundial, a média da esperança de vida de uma criança cabo-verdiana à nascença em 2017 era de 71 anos para rapazes e 75 anos para meninas. Outrossim, de conforme o site da Agência Americana (Central Intelligence Agency), a mortalidade infantil no arquipélago, entre as crianças com idades compreendidas entre 1 dia e 5 anos, é de 24,3 para rapazes e 17,9 para meninas por cada 1000 nascimentos. De referir que, em 2015, a mortalidade materna para cada 100 mil nascimentos era de 42 mortes ou seja, deste número de nascimentos, 42 mulheres iriam morrer durante ou pós-parto.
Correlação à educação, deve-se salientar que, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde (INE-CV), cerca de 80% dos cabo-verdianos com idades compreendidas entre 15 e 49 anos sabem ler e escrever o português. Também, a taxa de Ensino superior em Cabo Verde, em 2015, situava-se entre as mais elevadas no mundo, o que quer dizer que a taxa do Ensino Superior no país, entre os cabo-verdianos com idades compreendidas entre 18 e 50 anos era de 23%.
Não obstante, de todos esses indicadores positivos concernente à educação e à saúde, o desenvolvimento económico em Cabo Verde ainda esta aquém das expetativas dos cabo-verdianos, como também dos nossos parceiros económicos internacionais. Na realidade, acredito, fortemente, que a entrada de um cidadão cabo-verdiano no espaço europeu não iria carecer de um visto de entrada, caso o PIB per capita do nosso país fosse, pelo menos, 8.000 dólares americanos. Pois, se assim fosse, no espaço europeu, os visitantes cabo-verdianos não hesitariam em regressar ao país de origem, simplesmente porque haveria muitas oportunidades económicas neste país que ele ou ela poderia, facilmente aproveitar. Por outro lado, os sucessivos governos da república têm investido “grandemente” na capitalização dos recursos humanos mas, infelizmente, muitos não souberam aproveitar as oportunidades que ao longo das décadas foram disponibilizadas tanto pelos governos do PAIGC/CV, como pelo atual do MPD.
Como tornar Cabo Verde um país relativamente rico ate 2030? De facto, a riqueza de qualquer país é baseada no empreendedorismo individual e coletivo, e a arrecadação dos impostos de empreendedores pelo governo. Com o nosso país entregue ao empreendedorismo massivo, necessitaríamos cada vez menos de ajudas internacionais e o valor destes impostos arrecadados seriam empregues em obras públicas e na investigação, bem como na remuneração dos funcionários públicos.
Concluindo, não obstante dos avanços no ramo educacional e da saúde, o fraco desenvolvimento económico de Cabo Verde deve-se ao fraco espírito empreendedorístico dos adultos e jovens cidadãos e, tudo isso, tem uma influência negativa no desenvolvimento económico do mesmo e também, na mobilidade individual e coletiva dos cabo-verdianos no espaço europeu e americano. Por conseguinte, isso contribui significativamente para que muitos cabo-verdianos (35% da população) continuem na pobreza absoluta, no desespero e na incerteza.