Paquistão alerta ONU para risco de guerra nuclear com a Índia
Imran Khan tem alertado os líderes mundiais para a possibilidade de
uma guerra nuclear iminente entre o Paquistão e a Índia. Voltou a
fazê-lo na quarta-feira, no quadro da Assembleia Geral da ONU.
no início deste ano, os dois países estiveram próximos de iniciar um
novo conflito armado, depois de a Índia ter bombardeado o território
paquistanês, o que já não acontecia há 50 anos.
O atrito acabou por se dissipar quando o Paquistão tomou a decisão de
devolver o corpo de um piloto que havia sido abatido na zona fronteiriça
entre os dois países. Porém, a paz está próxima de uma nova rutura.
Com a Índia a revogar, em agosto, a cláusula constitucional que
concedia um estatuto de semiautonomia a Caxemira, a tensão voltou a
aumentar. Centenas de milhares de soldados foram transferidos para a
região e, até ao momento, foram já feitas milhares de detenções por
incumprimento das novas leis.
Segundo o primeiro-ministro paquistanês, a revogação desta cláusula
teve origem na ideologia nacionalista hindu do primeiro-ministro
indiano, Narendra Modi. Um “fascista”, nas palavras de Khan.
Novo recolher obrigatório
Atualmente, a Caxemira indiana está sob recolher obrigatório, uma medida
que não agrada à população. “Eles vão sair à rua”, alerta o
primeiro-ministro do Paquistão. “O que é que vai acontecer?”,
questionou-se, dirigindo-se aos jornalistas durante a Assembleia Geral
das Nações Unidas.
Ainda segundo Khan, há 900 mil militares responsáveis pelo cumprimento
das novas regras. “Eu temo que vá haver um massacre e as coisas fiquem
fora de controlo”, alerta.
O mundo, vincou o governante paquistanês, está a aproximar-se de um potencial desastre “de proporções que ninguém percebe”.
Pedido de ajuda externa
Trump ofereceu-se para mediar o conflito, na condição de ambos os países estarem de acordo com tal iniciativa. Até ao momento, a Índia tem demonstrado resistência em aceitar mediações externas.
“Eu tenho feito o melhor que posso”, disse Khan. “Parece que a única
solução é esperar que este cenário de pesadelo se desenvolva por si e
ter a esperança de que nada de mal aconteça”, rematou.